Estudo brasileiro mostra o potencial do THC para o tratamento de Fibromialgia

Estudo brasileiro mostra o potencial do THC para o tratamento de Fibromialgia

Sobre as colunas

As colunas publicadas na Cannalize não traduzem necessariamente a opinião do portal. A publicação tem o propósito de estimular o debate sobre cannabis no Brasil e no mundo e de refletir sobre diversos pontos de vista sobre o tema.​

A conclusão foi de que o fitofármaco pode ser uma opção mais barata e mais efetiva, principalmente para pacientes de baixa renda.

Em outubro de 2020 a importante revista científica, Pain Medicine, da Universidade de Oxford, publicou um estudo brasileiro sobre o óleo de cannabis rico em tetraidrocanabinol (THC) para o tratamento de Fibromialgia.

Apesar da necessidade de mais investigações, a conclusão foi a de que o fitofármaco pode ser uma solução mais barata e mais tolerada para pacientes com a condição.

Principalmente pelos efeitos colaterais mínimos e também a indisponibilidade de um tratamento para a condição no Sistema Único de Saúde (SUS).

A pesquisa foi feita pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) em 17 mulheres de um bairro carente em Florianópolis.

Elas tinham em média 50 anos ou mais, eram mães, trabalhadoras, chefes de família e usavam o sistema público de saúde.

O perfil das pacientes não foi por acaso. Os pesquisadores queriam solucionar um problema que também é social.

Sobre a pesquisa

Trata-se de um estudo duplo-cego randomizado com placebo, ou seja, nem o médico e nem o paciente sabem quem recebeu o óleo de cannabis e quem recebeu o remédio falso.

O óleo também tinha o canabidiol (CBD), mas cerca de 10% da sua composição era feita com o THC.

Apesar da sua eficácia em doenças neurológicas como Alzheimer e Esclerose Múltipla, o THC continua estigmatizado por causa dos seus efeitos alucinógenos, característicos da maconha.

Na pesquisa, as doses foram aumentadas de acordo com a evolução de cada paciente, que respondia um questionário para medir o grau da dor.

Foi observado que a maioria das respostas do Questionário de Impacto na Fibromialgia (FIQ) eram “sentir bem”, por exemplo.

A pesquisa ainda precisa ser mais explorada, mas o resultado foi uma melhora significativa em comparação ao grupo que tomou o placebo.

Pesquisa com canabinoides

Apesar das restrições, pesquisas com canabinoides estão cada vez mais frequentes no Brasil. Principalmente por universidades federais em parceria com farmacêuticas.

De acordo com uma pesquisa do Reino Unido, o Brasil é o país que mais tem estudos com o canabidiol no mundo.

Sobretudo na Universidade de São Paulo (USP), que tem até um centro de canabinoides em Ribeirão Preto.

A Universidade de Santa Catarina também não fica atrás. Os pesquisadores do campus já publicaram vários artigos de ensaios clínicos sobre as propriedades da planta.

No ano passado, inclusive, a universidade começou a selecionar médicos para um estudo sobre as consequências da COVID-19 sobre os profissionais de saúde na saúde mental.

A unidade também é a única do Brasil que possui a matéria de Sistema Endocanabinoide para os alunos de veterinária. 

 

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