De acordo com um novo estudo publicado pela Canadian Medical Association Journal (CMAJ), a maconha pode dobrar as chances de infarto antes dos 45 anos, principalmente em usuários frequentes.
A pesquisa considerou também o método utilizado, e concluiu que tanto no uso fumado, vaporizado ou comestível pode influenciar as chances de ter a condição.
Os cientistas da Unity Health Toronto analisaram casos de mais de 33 mil pessoas com idades entre 18 a 44 anos. Os dados foram coletados de um levantamento feito pelo Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC) entre os anos de 2017 e 2018.
Fatores de risco como cigarros e o consumo de álcool também foram considerados e ajustados na análise. Contudo, a prevalência entre consumidores da cannabis ainda era alta.
Contudo, o estudo não conseguiu identificar qual o fator que influenciou os dados, por isso mais pesquisas precisam ser feitas.
A American Heart Association, entidade voltada à saúde cardiovascular dos Estados Unidos, divulgou uma declaração dizendo que fumar maconha ou inalar cannabis pode fazer mal para o coração.
A nota foi difundida em agosto de 2020, e acrescenta que a maconha pode prejudicar também os pulmões e vasos sanguíneos.
Um dos médicos que participou do comunicado, Robert Page II acrescenta na nota ainda que o seu uso pode desencadear condições cardiovasculares, como ataque cardíaco e derrame.
Outro ponto destacado foi o de que a maconha tem o potencial de interferir em medicações voltadas a problemas cardíacos.
Contudo é importante destacar também que não há evidências de que a cannabis, mesmo na forma de maconha possa piorar os quadros de hipertensão, por exemplo.
Pelo menos foi o que disse um estudo publicado em 2016 no Journal of Hypertension, que não observou nenhuma associação entre a pressão alta e a utilização da maconha que prejudicasse o paciente.
Por outro lado, há estudos que também dizem que é possível tratar doenças do coração com a planta.
Um estudo publicado em um jornal de cardiologia mostrou que a cannabis pode ajudar pessoas com problemas Fibrilação Atrial. A doença é caracterizada pelos batimentos cardíacos irregulares.
A pesquisa feita em 2017 analisou os dados de 24 mil pacientes com insuficiência cardíaca, mas que eram usuários de cannabis em um período de sete anos.
Eles compararam a mortalidade e o tempo de estadia no hospital das pessoas que utilizavam a planta e as que não utilizavam.
As conclusões foram que pacientes com insuficiência cardíaca, que assumiram fazer o uso da cannabis, eram menos propensos a morrer no hospital por causa da doença.
O tempo de internação do grupo também era menor. Por isso, as chances da Fibrilação Atrial se manifestar eram menores.
Outra pesquisa sobre a cannabis e o coração também está sendo feita no Instituto do Coração (InCor) do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo (USP).
Aqui o objeto de estudo é sobre o uso do Canabidiol (CBD) em tratamentos de insuficiência cardíaca.
O objetivo da pesquisa é melhorar tanto a saúde clínica quanto psíquica dos 105 pacientes do instituto, que serão acompanhados por dois anos.
Tainara Cavalcante
Jornalista pela Facom (Faculdade Paulus de Comunicação) e pós doutoranda na FAAP (Fundação Armando Alves Penteado) em Jornalismo Digital, atua como produtora de conteúdo no Cannalize, Dr. Cannabis e Cannect. Amante de literatura, fotografia e conteúdo de qualidade.
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