Corina Silva, CEO da USAHemp, lidera a expansão da marca no Brasil com foco em qualidade, rastreabilidade, pesquisa e formação médica.
Corina Silva, CEO da USAHemp Brasil. Foto: Divulgação
Liderança feminina, pioneirismo e profundo conhecimento técnico. Essas são as marcas da trajetória de Corina Silva, CEO da USAHemp, uma das maiores empresas de cannabis medicinal dos Estados Unidos, que agora fortalece sua atuação no Brasil.
“Ser mulher nesse setor é uma responsabilidade enorme, mas também uma fonte de força e resiliência”, afirma Corina. “Já lideramos nossas famílias. Por que não liderar também no mercado empresarial?”, completa.
A USAHemp opera no Brasil desde 2017, muito antes da popularização da cannabis medicinal no país. Inicialmente, com ações filantrópicas e, depois, com expansão comercial. Agora, inaugura sua sede oficial em solo brasileiro. “Essa decisão é um passo natural da nossa história”, explica Corina. “Nada mais justo do que compartilhar isso no nosso país de origem, levando geração de empregos, produtos naturais e de qualidade”.
Corina reforça que a nova sede não é apenas simbólica. Ela marca uma estratégia sólida de expansão. Porém, a instalação de unidades produtivas, como cultivo e manufatura, ainda depende dos avanços na regulamentação brasileira.
“Sabemos que não dá para simplesmente plantar. É preciso garantir rastreabilidade, testes de pureza e segurança”, pontua. “Só vamos produzir no Brasil quando tivermos a mesma base de qualidade que mantemos nos Estados Unidos”.
A executiva conhece de perto os desafios. Com anos de atuação no exigente mercado norte-americano, ela destaca que a jornada da empresa foi construída na prática, enfrentando erros, acertos e aprendizados. “Foi na cara e na coragem”, resume.
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A rastreabilidade é uma das principais bandeiras da USAHemp. Corina explica que, para garantir produtos seguros e eficazes, é preciso controlar cada etapa, da semente até o consumidor. “Se o solo não estiver adequado, não serve. Não podemos abrir mão desse padrão”, reforça.
Ela também faz um alerta sobre os desafios específicos do solo brasileiro. “O Brasil usa muito agrotóxico em seus cultivos. A cannabis puxa tudo isso do solo. E, se não houver controle, esse material não serve para nossos produtos”, destaca.
O avanço do setor, segundo Corina, passa por uma regulamentação robusta, responsável e que envolva todos os atores. Ela defende a participação ativa da pesquisa pública, especialmente da Embrapa, além de órgãos como Anvisa, MAPA e até a Polícia Federal.
“Recebemos visitas da bancada ruralista. Todos querem entender como funciona. Mas não é só plantar. É preciso saber para quem vai vender, como testar, quais métricas usar”, alerta.
Com forte viés técnico, a USAHemp já desenvolve pesquisas no Brasil. Recentemente, firmou uma parceria com a Universidade Federal de Goiás (UFG) para estudar os efeitos da cannabis no tratamento de câncer bucal.
“O Brasil é líder mundial em pesquisas com cannabis. Mas podemos ir além, desde que haja mais incentivo e apoio acadêmico”, afirma Corina.
A CEO também acredita que o maior gargalo não está no preço, mas na falta de conhecimento médico. “Apenas 5% dos médicos brasileiros prescrevem cannabis. Isso precisa mudar. A cannabis não pode ser a última opção depois que tudo falhou. Precisa ser a primeira”, defende.
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Para enfrentar esse desafio, a USAHemp mantém uma plataforma de ensino gratuita. A USAHemp Academy oferece treinamentos, grupos de discussão e suporte clínico para médicos e profissionais de saúde.
“O nosso cliente é, antes de tudo, o médico. Quanto mais ele entende do sistema endocanabinoide, mais ele consegue prescrever com segurança e transformar vidas”, explica.
A trajetória da empresa também inclui desafios internos, como o recente episódio de fraude cometido por um ex-sócio. Corina não esconde o impacto, mas revela que a experiência fortaleceu ainda mais sua gestão.
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“Foi exatamente o fato de eu acompanhar de perto que fez a gente identificar o problema. Bati o pé na porta e entrei para dentro”, conta, com a franqueza de quem conduz o negócio com firmeza.
Para ela, o futuro da cannabis no Brasil depende de três pilares: regulação responsável, educação de profissionais de saúde e investimento em pesquisa. “O Brasil tem tudo para ser uma potência mundial na cannabis medicinal. A única dúvida é quando isso vai acontecer”, conclui.
Lucas Panoni
Jornalista e produtor de conteúdo na Cannalize. Entusiasta da cultura canábica, artes gráficas, política e meio ambiente. Apaixonado por aprender.
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