Cercadas de preconceitos e desinformação, as propriedades do composto servem como tratamento para diversas complicações.
O dia 20 de setembro marca a comemoração de uma importante data na revolução psicodélica: o Dia Mundial dos Cogumelos Psicodélicos.
De acordo com a Associação Psicodélica do Brasil, a data foi criado por Nicholas Reville, um dos grandes defensores do tema, e tem como objetivo propagar as informações sobre os benefícios dessas substâncias para o corpo humano, além de abrir diálogo para um tema que ainda não tem tanto espaço na sociedade.
Mesmo em meio a tanto tabu, a ciência já começa a olhar de forma diferente para os cogumelos, que são alvo de variadas pesquisas, principalmente para o tratamento de doenças da mente.
Como o acesso a esse conhecimento é escasso, a Cannalize realizou um apanhado das principais informações sobre esse tema. Confira:
A ação da psilocibina
A psilocibina, um dos componentes ativos dos cogumelos, é a principal esperança dos pesquisadores. Com um caráter psicoativo e enteógeno, a substância é cada vez mais explorada pela sua capacidade terapêutica.
Responsável pelo significado do nome “cogumelos mágicos”, ela é absorvida no organismo pelo intestino, que a transforma em psilocina. A partir disso, ocorre a interação com o cérebro, que sente os efeitos psicodélicos e ativa os receptores de serotonina, encarregados de controlar os índices de humor, cognição e percepção do corpo humano.
Por isso, é comum ter uma experiência psicodélica que pode envolver distorções visuais, formigamento, calor e percepções táteis apuradas, além de uma profunda conexão com a natureza.
Outros efeitos também podem ser vividos e podem ser considerados positivos ou negativos.
- Euforia;
- Paz;
- Pensamento distorcido;
- Sonolência;
- Tontura;
- Falta de coordenação;
- Dor de cabeça;
- Experiencias introspectivas;
- Paranoia.
Confira: Uso terapêutico de psicodélicos pode ser aprovado nos EUA
Estudos
Muitas pesquisas buscam explorar as propriedades medicinais encontradas nos “cogumelos mágicos”, que são utilizadas há centenas de anos por várias culturas e tradições religiosas.
O fato da psilocibina ser ilegal em quase todo o planeta dificulta a sua implementação como uma medicina segura. Porém, estudos importantes já evidenciam a capacidade dos psicodélicos de tratar diversas doenças e distúrbios.
Em abril deste ano, um experimento publicado no portal Nature Medicine mostrou que a psilocibina pode ser usada como tratamento para a depressão. A constatação foi evidenciada por outro estudo, publicado em junho, que afirma que a substância melhora o humor e a saúde mental dos seus usuários.
Os testes mais recentes foram realizados para descobrir a ação do psicodélico no combate à obesidade. Os primeiros resultados não observaram uma eficácia, mas animaram os pesquisadores para o prosseguimento da avaliação.
Veja mais: ‘Cogumelos mágicos’ podem ajudar no combate à obesidade?
Tipos de cogumelos
A classe dos “cogumelos mágicos” é vasta, com um apresentando características e propriedades diferentes uns dos outros.
Apesar da diferenciação, eles também seguem padrões, principalmente, em relação à estética. Esses psicodélicos costumam apresentar uma cor marrom para o dourado, um véu roxo protegendo as brânquias e manchas azuis no caule quando machucados.
No grupo de cogumelos com a presença de psilocibina, os mais famosos são:
- Psilocybe cubensis (o mais conhecido);
- Psilocybe azurescens;
- Psilocybe semilanceata;
- Psilocybe mexicana;
- Psilocybe cyanescens;
- Amanita muscaria;
- Psilocybe baeocystis.
Entenda: O avanço dos cogumelos mágicos e sua permanência no corpo humano
Procure um médico
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