Nos EUA um agente precisou entrar na justiça para ser reintegrado após uma demissão. Mas e no Brasil, o que aconteceria?
Foram necessários quatro anos para que o DEA (Departamento de Repressão às Drogas, em tradução livre) dos Estados Unidos finalmente rescindisse a demissão de um agente especial que foi dispensado por testar positivo para CBD (canabidiol).
Em 2019, o norte-americano Anthony L. Armour foi pego em um teste de drogas de rotina que mostrou a presença de CBD, componente da cannabis sem efeitos psicoativos.
Após ser mandado embora, o ex-agente entrou na justiça e provou que o uso do componente da cannabis era parte do seu tratamento para dor crônica, uma opção aos opioides.
Agora, Armour será recontratado como agente especial e reembolsado com pagamentos atrasados e despesas legais após a batalha judicial.
“Estou animado por voltar a trabalhar na DEA”, disse Armor ao The New York Times. “Espero terminar minha carreira na DEA ajudando em sua missão de retirar das ruas drogas perigosas como o fentanil.”
O agente especial sofreu uma lesão quando ainda era universitário e jogava bola. Anos depois, também se machucou em um acidente de carro durante uma operação de vigilância, o qual sofreu dores nas costas e uma lesão no pescoço.
Começou a utilizar produtos de CBD vaporizado com a ideia de não estar fazendo nada de errado, uma vez que a Farm Bill, uma espécie de ministério de agricultura do país, legalizou produtos de cânhamo em nível federal em 2018.
Por outro lado, a lei até então permitia produtos com até 0,3% de THC (tetrahidrocanabinol), componente que gera a famosa “alta” da maconha. E dentre os três produtos que utilizava para o tratamento entregue à perícia, um deles continha 0,35%.
“A DEA perdeu a confiança no Sr. Armor e o removeu adequadamente.”, Dizia o relatório que justificava a dispensa.
Em 2023 o departamento de drogas dos Estados Unidos ainda entrou com uma petição judicial defendendo a demissão do agente e até emitiu um aviso oficial a todos os funcionários para que evitassem produtos de CBD.
Em setembro do ano passado, uma vereadora de Natal, no Rio Grande do Norte, causou polêmica ao sugerir uma lei em que todos os candidatos a cargos públicos deveriam fazer um exame toxicológico. Quem testasse positivo, seria desclassificado.
Caberia a cada edital dizer se pacientes de cannabis medicinal ou que usassem morfina seriam exceção à regra.
Contudo, de acordo com o advogado Gabriel Pietricovsky, a própria constituição defende o direito ao tratamento, seja ele qual for. “Em resumo, a demissão por causa de tratamento não deveria acontecer”, diz.
Além da Constituição Federal assegurar o direito à saúde, o Brasil conta com duas resoluções da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) tanto para a importação de produtos à base de cannabis quanto para a compra nas farmácias, o que autoriza o uso medicinal no país.
O advogado complementa que o ideal é que o paciente tenha todas as documentações necessárias para provar que o uso da cannabis é para fins medicinais, como laudo médico, prescrição e autorização de importação da Anvisa.
Principalmente para cargos que exigem exame toxicológico para a admissão, como policiais, motoristas e operadores de máquinas.
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Tainara Cavalcante
Jornalista pela Fapcom (Faculdade Paulus de Comunicação) e pós graduanda na FAAP (Fundação Armando Alves Penteado) em Jornalismo Digital, atua como produtora de conteúdo no Cannalize, Dr. Cannabis e Cannect. Amante de literatura, fotografia e conteúdo de qualidade.
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