Cultivo Outdoor de Cannabis – Guia Completo

Cultivo Outdoor de Cannabis – Guia Completo

Sobre as colunas

As colunas publicadas na Cannalize não traduzem necessariamente a opinião do portal. A publicação tem o propósito de estimular o debate sobre cannabis no Brasil e no mundo e de refletir sobre diversos pontos de vista sobre o tema.

Cultivar cannabis pode ser divertido e gratificante, mas não deixa de ser uma tarefa desafiadora e que requer uma certa quantidade de tempo e dinheiro. 

A boa notícia é que um simples e pequeno jardim ao ar livre pode ser um ambiente essencial para produzir muita cannabis de qualidade, sem ter que gastar muito.

Ter acesso a uma área ensolarada em um quintal, uma varanda ,um terraço ou até uma cobertura, já é um bom sinal, para quem deseja cultivar.

Neste guia, abordaremos todos os diferentes fatores que são necessários para o cultivo de cannabis ao ar livre:

  • Passo 1: Clima;
  • Passo 2: Local;
  • Passo 3: Genética da cannabis;
  • Passo 4: Solo;
  • Passo 5: Fertilizantes;
  • Passo 6: Contêineres;
  • Passo 7: Regagem;
  • Passo 8: Proteção;

Benefícios do cultivo ao ar livre

  • Baixos custos:  Como citado acima, o cultivo externos gera economia. Será necessário um solo, fertilizantes, sementes ou clones e talvez uma pequena estufa.

    A vantagem é que não gasta energia, ou seja, não vai afetar em suas despesas em relação a conta de luz do mês.
  • Grandes rendimentos: É possível deixar a planta crescer do tamanho que quiser, desde que depois não dificulte o momento de trocá-la de lugar.Uma planta pode produzir até 1kg de erva. Diferente do cultivo interno, o seu espaço não fica restrito e pode render mais ao cultivador.
  • É divertido e relaxante: A jardinagem tem um poder terapêutico incrível, basta explorar. É relaxante e divertido passar algum tempo fora, arregaçar as mangas e sujar as mãos.E vamos ser sinceros, não há nada melhor o que consumir algo que você mesmo cultivou.

1º Considerar o clima

É muito importante ter um entendimento sobre o clima do local. A cannabis pode se adaptar a várias condições, mas é suscetível a condições climáticas extremas. 

Temperaturas sustentadas acima de 30° C interfere no crescimento das plantas, enquanto temperaturas abaixo de 12° C  podem causar danos e atrofias à erva, até mesmo a morte.

Chuvas e ventos muito forte podem causar danos físicos às plantas e reduzir a produção. A umidade excessiva também pode levar a mofo e bolor, principalmente durante a fase de floração.

Além do clima, é essencial entender como os dias são diferentes ao longo das estações de cada região.

Por exemplo, a 32 °N de latitude em San Diego, Califórnia, pode chegar a 14 horas de luz do dia no verão (o dia mais longo do ano), enquanto que a 47 ° N em Seattle, Washington, chega a cerca de 16 horas da luz do sol, no mesmo dia.

Compreender a quantidade de luz solar ao longo do ano é importante para fazer com que as plantas avancem do estágio vegetativo para o florescimento, quando começam a produzir botões.

É bom também utilizar os recursos locais, pois pode existir jardineiros experientes na sua região que terão um grande conhecimento sobre o cultivo de flores e vegetais que também podem ser aplicados ao cultivo de cannabis.

2º Local do cultivo

Escolher um espaço para cultivo ao ar livre é uma das decisões mais importantes para os cultivadores, principalmente se estiver plantando diretamente no chão ou em algum recipiente fixo.

As plantas precisam receber o máximo de luz solar possível, principalmente durante o meio-dia, onde geralmente o sol é mais forte.

À medida que a estação muda e o outono se aproxima, haverá menos luz solar ao longo do dia, o que leva ao estágio de floração.

Ter uma brisa constante também é bom para as plantas, principalmente em climas quentes. Mas se houver ventos fortes, o ideal é plantar perto de um tipo de quebra-vento, como um muro, uma cerca ou um grande arbusto.

As plantas precisam de privacidade e segurança. Muitas pessoas escondem seus jardins de vizinhos que julgam e até de ladrões.

Cercas altas e grandes árvores são a melhor opção, a menos que a área seja isolada. Além disso, a maioria das leis estaduais dos Estados Unidos exigem que as plantas de cannabis sejam escondidas das ruas.

Alguns produtores plantam em contêineres, em varandas ou telhados protegidos, enquanto outros constroem gaiolas pesadas para manter ladrões e animais afastados.

3º Decisão sobre a genética da cannabis

O sucesso do cultivo de cannabis ao ar livre também dependerá da escolha da cepa certa que esteja de acordo com o clima da localização.

Se o local for famoso por muitas plantações de cannabis, é provável que muitas cepas cresçam com sucesso lá, e algumas podem até ter sido criadas especificamente para o clima daquele lugar.

Sementes vs clones

As plantas cultivadas a partir de sementes são mais saudáveis que as plantas quando comparadas aos clones. Elas também podem ser plantadas diretamente no jardim no início da primavera, mesmo em climas frios e úmidos.

No entanto, a principal desvantagem do cultivo a partir de sementes é que não há garantia de qual gênero ela produzirá.

Se suas sementes não forem feminizadas, você poderá acabar com machos e fêmeas; nesse caso, será necessário fazer a identificação do sexo delas para se livrar dos machos (apenas fêmeas produzem brotos).

Mesmo que todas as plantas sejam femininas, cada uma será um fenótipo (características físicas) diferente da mesma estirpe.

Para ter a melhor versão desta cepa, é necessário selecionar o melhor fenótipo , que pode ser um processo demorado. Muitos produtores iniciantes começam com sementes feminizadas.

Dependendo da legalidade da cannabis do lugar, é possível comprar clones ou mudas de um dispensário local. Alguns produtores ficam longe disso porque sentem que não são tão bons quanto o cultivo de sementes.

As sementes autoflorescentes são outra opção popular para o cultivo ao ar livre, pois começam a florescer assim que atingem a maturidade, independentemente da duração do dia.

A desvantagem da cannabis autoflorescente é que elas tendem a ser menos potentes.

4º Adquirir um pouco de solo

O solo é composto por três componentes básicos:

  • Argila;
  • Areia;
  • Lodo.

A cannabis pode ser plantada diretamente no solo ou também pode-se comprar o solo apropriado e colocá-la em vasos.

As plantas que têm um bom crescimento em superfícies ricas em matéria orgânica e precisam de boa drenagem.

Os solos argilosos pesados servem para drenar lentamente. No entanto, não retêm bem o oxigênio, por isso, precisam ser trocados com frequência.

Pelo menos um mês antes de plantar, é preciso fazer buracos onde se pretende colocar as plantas e misturar grandes quantidades de composto, esterco, peças de verme ou outra matéria orgânica em decomposição.

Isso fornecerá aeração e drenagem, além de nutrientes para as plantas.

O solo arenoso é fácil de trabalhar, tem que ser bem drenado e aquecido rapidamente, mas não retém bem os nutrientes, especialmente em ambientes chuvosos.

Em climas quentes, este tipo de solo deve ser coberto com cobertura vegetal para ajudar na retenção de água e para evitar que as raízes aqueçam mais do que o ideal.

O Solo sedoso é o meio de cultivo ideal. É fácil, aquece rapidamente, retém a umidade, possui boa drenagem e contém muitos nutrientes.

A melhor forma de fazê-lo é com o barro esfarelado e escuro. Ele é fértil e geralmente não precisará de reparos.

5º Uso de fertilizantes

As plantas de cannabis precisam de grande quantidade de nutrientes ao longo de seu ciclo de vida, principalmente na forma de nitrogênio, fósforo e potássio.

Os Fertilizantes comerciais recomendados para jardineiros domésticos, podem ser usados se houver uma boa compreensão na praticidade e nos nutrientes que as plantas precisam.Mas um cultivador iniciante pode querer evitar esses fertilizantes

Existem outras alternativas, como as soluções nutricionais projetadas especificamente para a cannabis, mas elas geralmente são caras e podem danificar as bactérias do solo, são compostas por sais minerais sintéticos e destinadas ao cultivo interno.

Quais são os melhores nutrientes para o cultivo de cannabis?

A fertilização orgânica aproveita ao máximo a vida microbiana no solo e minimiza o escoamento prejudicial.

Existem muitos fertilizantes naturais e orgânicos disponíveis em lojas locais de jardinagem, como farinha de sangue, farinha de ossos, farinha de peixe, guano de morcego e farinha de algas.

Lembrado que, fazer o teste do solo pode ser muito útil Mostrará como alterá-lo e que tipos e quantidades de fertilizante você deve usar.

Se ainda não houver certeza do quanto precisa, o ideal é observar, porque  é possível adornar as plantas se elas começarem a mostrar deficiências.

6º Escolha dos vasos

Pode ser necessário colocar todas as plantas em recipientes, caso não haja solo o suficiente. Além disso, se por algum motivo, não for possível cavar buracos e alterar o solo, os recipientes podem ser a única maneira de cultivar a cannabis ao ar livre.

Se não houver espaço para fazer um jardim, os vasos podem ser colocados em decks, pátios, telhados e muitos outros locais.

Se necessário, pode ser trocado de lugar durante o dia para aproveitar o sol ou protegê-los do calor ou vento excessivos.

Nutrientes comuns de cannabis projetados para o cultivo interno podem ser usados, porque o solo estará pré-misturado.

No entanto, as plantas cultivadas em vasos, baldes ou barris provavelmente serão menores do que as que estarão no solo, porque o crescimento das raízes se limita ao tamanho do recipiente.

O tamanho do vaso determinará o tamanho da cannabis, embora seja possível cultivar grandes plantas em pequenos recipientes, se forem utilizadas técnicas apropriadas.

Os vasos de 5 galões são de bom tamanho para pequenas e médias mudas ao ar livre, e vasos de 10 galões ou maiores são recomendados para plantas grandes.

Seja qual for o tamanho, as raízes das planta devem ser protegidas do superaquecimento durante o tempo quente, pois é possível que os vasos esquentem muito rápido sob a luz solar direta.

Isso limita o crescimento delas, no entanto,basta colocá-las na sombra, quando o sol estiver muito forte.

7º Regar as plantas

Embora os jardins de cannabis ao ar livre estejam sujeitos a chuva e as águas subterrâneas, ainda assim é preciso regar as plantas com frequência, principalmente nos meses quentes do verão.

Algumas plantas gigantes de cannabis podem usar até 10 litros de água todos os dias em clima quente.

Os cultivadores que vivem em lugares quentes, costumam cavar e colocar terra ou rochas de argila abaixo dos orifícios.

Se for época de clima quente e chuvoso, pode ser necessário tomar medidas para melhorar a drenagem no jardim, pois as raízes da cannabis são suscetíveis a doenças fúngicas (causadas por fungos) quando ficam alagadas. Essas técnicas incluem:

  • Plantio em canteiros elevados;
  • Cavar valas que afastam a água pra longe do jardim;
  • Adicionando cascalho, seixos de argila ou perlita ao solo.

Se a intenção foi usar água da torneira ou poço, é aconselhável testar primeiro. Essa água pode conter altos níveis de minerais dissolvidos, que podem se acumular no solo e afetar o nível de pH.

Ou pode ter muito cloro, que causa a morte de microorganismos benéficos no solo. Uma opção usada por muitas pessoas é filtrar sua água.

As plantas cultivadas em climas quentes ou ventosos precisam ser regadas com mais frequência, uma vez que altas temperaturas e ventos forçam as plantas a transpirar mais rápido. 

8º Proteger as plantas

Sem a facilidade de controlar o cultivo em ambientes fechados, os produtores de cannabis ao ar livre precisam proteger suas plantas de tempestades e outros eventos climáticos que podem danificar ou até matar as plantas. 

Mudanças de temperatura

Temperaturas abaixo de 4° podem danificar a maioria das variedades de cannabis, portanto, locais que têm um clima assim, principalmente no final da primavera ou no início do outono, usam estufas ou outro tipo de compartimento protetor. Uma opção até mais prática.

Condições do vento

Ventos fortes podem quebrar galhos e sobrecarregar demais as plantas. Se o jardim estiver localizado em um local com muito vento, é bom instalar um quebra-vento. Isso pode ser tão simples quanto colocar folhas de plástico em estacas de jardim em torno das plantas.

Chuva

Embora seja útil para regar o jardim, a chuva é geralmente considerada um incômodo pelos produtores de cannabis. Isso pode danificar a colheita e causar mofo e bolor. Ninguém quer que chova demais nas mudas quando elas estão florescendo.

Construir uma estufa de bricolage ou apenas usar folhas de plástico e estacas para construir um abrigo temporário sobre as plantas, é uma ótima ideia.

 Pragas

Proteger o jardim de cannabis de pragas pode ser um grande desafio. Dependendo da localização, pode ser necessário manter longe grandes animais como veados, construindo uma cerca em torno de sua colheita.

Mas o mais difícil é lidar com os insetos rastejantes e voadores que podem atacar as plantas.

A melhor proteção é simplesmente manter as plantas saudáveis. Plantas de cannabis fortes e vigorosas têm uma resistência natural a pragas.

Também é uma boa ideia mantê-las separadas de outras flores, vegetais e plantas ornamentais, pois as pragas podem se espalhar entre elas.

É importante examinar as plantas de cannabis algumas vezes por semana com atenção às pragas. Uma infestação é muito mais fácil de lidar se for detectada cedo.

Vantagens e desvantagens do cultivo outdoor

Vantagens

  • Luz do Sol;
  • Sem conta de energia;
  • Plantas maiores;
  • Plantas mais resistentes.

Desvantagens

  • Demora mais para florescer;
  • Sem controle de temperatura e umidade;
  • Exposição à pragas e ao clima;
  • Sem controle do estado vegetativo;
  • Mais visível, o que você pode provocar denúncias se você não tomar cuidado.

Períodos necessários durantes o cultivo

Período vegetativo

O fotoperíodo vegetativo da cannabis é a infância e adolescência da planta. É quando ela mais necessita se alimentar para crescer, e isso inclui luz, muita luz.

Foi aumentando a exposição das plantas à luminosidade que os cultivadores descobriram a importância de até 18 horas de luz durante esse estágio da cannabis para que elas cresçam e desenvolvam seus ramos, galhos o máximo possível antes de começarem a florar.

Para quem cultiva outdoor é impossível manter as plantas durante 18 horas na luz, o que acaba fazendo com que muitos cultivos ao ar livre demorem mais e se desenvolvem menos, muitas vezes do que cultivo indoor que pode ser controlado controlado.

Período de floração

Quando as plantas já cresceram e se desenvolveram, elas começam a querer entrar na fase adulta, que é o fotoperíodo da cannabis conhecido como floração.

Esse estágio é o mais aguardado já que é neste momento que as flores nas plantas fêmeas começam a aparecer, engordar e ficam resinadas e repletas de THC na maioria dos casos.

Na floração o tempo de exposição à luz reduz para 12 horas por dia. Em um cultivo indoor isso representa a mudança no horário de ligar/desligar as lâmpadas internas do cultivo.

Mas no processo de outdoor é provável que não se tenha a necessidade de mover a planta de lugar, uma vez que ela provavelmente vai estar recebendo cerca de 12 horas de luminosidade também

Legislação brasileira

No Brasil, a cannabis é aprovada apenas para fins medicinais e só pode ser comprada com receita. 

Atualmente, ela pode ser adquirida através de importações, nas farmácias e até por associações de pacientes. 

Caso precise de ajuda, disponibilizamos um atendimento especializado que poderá esclarecer todas as suas dúvidas, além de auxiliar desde a achar um prescritor até o processo de importação do produto. Clique aqui.

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