Entre obstáculos e conquistas, a Apepi agora conseguiu o direito legal de plantar. Esse é só mais um dos vários capítulos da associação do Rio de Janeiro.
Na última sexta-feira (25), a Anvisa autorizou oficialmente a Associação de Apoio à Pesquisa e a Pacientes de Cannabis Medicinal (Apepi) a fabricar e vender os produtos para uso medicinal nas farmácias brasileiras.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária já havia aprovado uma liminar em novembro de 2020, mas foi derrubada pelo órgão pouco tempo depois. Mas agora é oficial.
A fazenda tem uma área de 600 mil metros quadrados, que possibilita o cultivo em escala suficiente para fornecer remédios aos 1.400 associados.
Em entrevista para à Cannalize, Margarete Brito, fundadora da associação, comentou:
“Ainda existe muito preconceito com a cannabis, com uma decisão favorável como essa, acreditamos que seja possível auxiliar na desmistificação desse tema. Visto que são muitos anos de proibição e demonização dessa planta, que tem dado qualidade de vida para muita gente”.
É preciso compreender que não é um projeto novo, muito menos simples. Entenda toda a história da associação até aqui:
A Apepi foi fundada em 2014 pelos pais de Sofia Langenbach, a advogada Margarete Brito e o designer Marcos Lins Langenbach.
Ao descobrirem que a cannabis poderia ser o remédio para o controle das convulsões da filha, decidiram lutar contra o que na época era considerado tráfico internacional de drogas.
No mesmo ano, a associação fez parte da campanha Repense, fazendo parte também da criação da ala de cannabis medicinal na Marcha da Maconha.
Em 2015, com a liberação de importação de produtos de cannabis medicinal pela Anvisa, o cenário se transformou, dando um salto de qualidade.
Em 2016, a Apepi foi, de fato, formalizada. O primeiro curso de cultivo dado por eles foi inaugurado.
No ano de 2021, a Apepi enfrentou dois grandes desafios que causaram o fechamento da associação.
Em março do ano passado, o número de WhatsApp da associação, que era usado para o contato com clientes e pacientes, foi banido do aplicativo de mensagens acusado de venda de drogas ilícitas.
O número ficou banido durante 12 horas.
Pouco mais de um mês depois, em abril de 2021, a polícia do Rio de Janeiro invadiu a fazenda da Apepi com um mandado de busca e apreensão.
Os cultivadores foram pegos de surpresa e, segundo relatos, até os celulares foram apreendidos quando a equipe tentava filmar as buscas.
O mandado foi feito pela juíza local Katylene Collyer Pires, do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro. Mas felizmente, no final da tarde, a juíza revogou o despacho e pediu para voltar à situação anterior.
Além da Apepi, o Brasil também conta com outras associações que lutam na área da cannabis. Aqui estão algumas delas:
Abrario: Auxilia pessoas com epilepsia a tratarem com cannabis
Ama+me: Associação Brasileira de Pacientes de Cannabis Medicinal
Abrace: Possui laboratórios com farmacêuticos para a produção do medicamento cannabidiol
Cannativa: Associação de Estudos sobre Cannabis
SBEC: Sociedade Brasileira de Estudos da Cannabis
Acuca: Associação Cultural Cannábica de São Paulo
Associação Cannab: Associação para Pesquisa e Desenvolvimento da Cannabis Medicinal no Brasil
Na página oficial da Apepi no instagram, o anúncio diz: “Foi do jeitinho que precisávamos para que sigamos nos moldes da RDC 18, ou seja, farmácia viva”.
“Mais uma vitória até aqui e por tudo isso queremos agradecer o Juiz, MPF, nosso advogado, nossos colaboradores e todos nossos Associados. A luta está só começando, viva as Associações!”, completaram.
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Arthur Pomares
Jornalista e produtor de conteúdo da Cannalize. Apaixonado por café, futebol e boa música. Axé.
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