A cannabis tem sido de grande ajuda para melhorar a qualidade de vida em pacientes com câncer, mesmo em estado paliativo.
Como a cannabis ajuda influencer com câncer terminal
Foto: Reprodução
Há um tempo, as redes sociais têm acompanhado a vida da influencer de 18 anos, Isabel Veloso, que está com câncer em estágio terminal. Com um diagnóstico de seis meses de vida e sem nenhum tratamento disponível, a jovem decidiu apostar na cannabis medicinal.
Veloso foi diagnosticada aos 15 anos com Linfoma de Hodgkin, um tipo de linfoma que ataca o sistema linfático e compromete o seu sistema imunológico. O câncer chegou a sumir, mas voltou.
Com fortes dores neuropáticas, a influencer precisou recorrer à morfina para encontrar alívio, até encontrar a cannabis medicinal. Na última segunda-feira (01), a influencer comparou como eram as suas dores antes e depois do óleo de CBD (canabidiol).
“Chegou uma época onde eu não conseguia mais controlar minhas dores neuropáticas nem com altas doses de morfina e Restiva – que é bem mais forte que a morfina”, disse. “Desde que eu comecei a usar o canabidiol eu senti uma boa melhora nas minhas dores, mas passei a usar o de 6mg e posso afirmar que melhoraram em quase 100%. Tudo bem que eu tenho algumas limitações, eu não posso forçar.”
Não é de hoje que a cannabis tem sido uma alternativa para pacientes paliativos. O uso da alternativa já é realidade há um tempo em países como os Estados Unidos e inclusive, ganhou até um documentário sobre o assunto.
Com o título “Weed the People”, ou “Maconha Medicinal: Cura ou Crime?”, o filme independente retratou a vida de várias mães de crianças que recorreram à planta para ajudar seus filhos quando todos os outros tratamentos falharam.
Nele há vários depoimentos de mães que relataram a melhora na qualidade de vida de seus filhos mesmo sem muitas expectativas de continuar vivendo.
A cannabis tem ajudado em várias condições diferentes porque atua no chamado Sistema Endocanabinoide. Trata-se de um sistema que funciona em nível molecular ajudando a restaurar a homeostase, ou seja, o equilíbrio do corpo.
Através de substâncias chamadas canabinoides, é possível sinalizar ao organismo que algo está errado e precisa ser corrigido. Quando uma pessoa está com dor, por exemplo, os canabinoides avisam que algo precisa ser regulado.
A cannabis também possui essas moléculas, que dentro do organismo, podem agir de forma semelhante às nossas.
Por causa desse efeito, a cannabis tem sido uma boa opção para pacientes com câncer, melhorando os enjoos, náuseas, dores, perda de disposição e apetite causados não só pela doença, mas pela quimioterapia.
Nos Estados Unidos, por exemplo, há até um remédio específico para amenizar estes sintomas. Chamado de Dronabinol e o medicamento é, inclusive, aprovado pela Food and Drug Administration (FDA). Uma espécie de Anvisa do país.
No Canadá, outro remédio bem famoso é o Nabiximols, também chamado de Sativex no Reino Unido e Mevatyl no Brasil. Embora ele seja recomendado para Esclerose Múltipla, também é usado para tratar dores em casos de câncer avançado.
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Ainda há pesquisas em desenvolvimento que sugerem que, além de tratar os sintomas da quimioterapia, radioterapia e do câncer em si, também podem matar células cancerígenas.
Embora ainda precise de mais investigações, o assunto tomou grande repercussão nos Estados Unidos depois que o próprio Instituto Americano do Câncer admitiu que a planta pode matar as células cancerígenas, além de impedir o crescimento de novas células.
As pesquisas ainda precisam de mais estudos para bater o martelo. Mas até agora, todos são bem promissores.
Além do óleo de cannabis, a Isabel Veloso também utiliza uma pomada feita com a planta, que segundo ela, é milagrosa. “É refrescante e relaxante para os músculos e articulações que me ajudou muito quando eu tive minhas crises de dor”, afirmou.
Nas redes sociais, a influencer também lamentou o tabu que existe no uso da cannabis para pacientes paliativos. Ela reforçou que deixou a morfina, os remédios de ansiedade e passou a dormir melhor depois do uso da cannabis. Hoje, a planta é o seu único remédio.
“Muitas coisas boas têm sido lançadas em relação à cannabis medicinal e eu estou aqui para apoiar essa causa porque infelizmente é um tabu ainda”, disse.
Hoje, Isabel Veloso virou até embaixadora de uma marca de produtos de cannabis.
Tainara Cavalcante
Jornalista pela Fapcom (Faculdade Paulus de Comunicação) e pós graduada na FAAP (Fundação Armando Alves Penteado) em Jornalismo Digital, atua como produtora de conteúdo no Cannalize, Dr. Cannabis e Cannect. Amante de literatura, fotografia e conteúdo de qualidade.
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