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Saúde e Ciência

CBGA pode ser mais eficaz que o CBD em crises convulsivas, segundo estudo



26/10/2021



Conhecido como “mãe de todos os canabinoides” o componente  foi mais potente em crises de Síndrome de Dravet, além de alcançar alvos de remédios tradicionais.

Desde que os canabinoides foram descobertos, os mais conhecidos são o Canabidiol (CBD) e o tetraidrocanabinol (THC). Contudo, a cannabis possui mais uma centenas deles, que embora menores, também são medicinais.

 O que foi evidenciado em um estudo realizado na Universidade de Sydney, na Austrália. O grupo de pesquisadores investiga uma série de compostos raros presentes na cannabis, e um deles é o ácido canabigerólico (CBGA).

Um dos menores canabinoides encontrado na planta, o CBGA é também conhecido como “mãe de todos os canabinoides”, pois é o precursor de muitos deles, inclusive o CBD e o THC.

Ele está presente nos primeiros estágios da planta e conforme amadurece, se transforma em outros canabinoides. 

Estudo pré-clínico com o CBGA

Por conta disso, ele aparece em pequenas quantidades quando a cannabis já está madura. Mas o fato não foi um obstáculo para que o grupo de pesquisadores australianos explorasse as suas propriedades anticonvulsivantes.

O estudo foi feito em vários modelos de convulsão pré-clínicas diferentes. Na maioria deles, o CBGA se mostrou mais eficiente que o CBD, conhecido no tratamento da epilepsia. 

Por outro lado, a autora principal do artigo, Lyndsey Anderson, acrescentou que o canabinoide não reduziu as convulsões de todos os modelos testados, o que mostra que o CBD continua sendo um pouco mais versátil. 

Características

O grupo de cientistas percebeu que o CBGA foi mais potente que o canabidiol na redução de convulsões consequentes de estados febris em camundongos com Síndrome de Dravet.

A substância também pôde alcançar pontos tratados por remédios tradicionais para epilepsia, o que pode ser um grande benefício para substituí-los pela cannabis. 

“Embora doses mais altas de CBGA também tenham efeitos pró-convulsivos em outros tipos de convulsão, destacando uma limitação deste canabinoide.”, relatou Anderson no artigo.

Ainda não acabou

No entanto, é importante ressaltar que o estudo ainda não está finalizado, e as próximas etapas são bastante promissoras. 

Nos próximos meses, a equipe de pesquisadores irá explorar os efeitos anticonvulsivantes de diferentes canabinoides juntos, o que pode ser um potencializador dos efeitos da planta.

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Tainara Cavalcante

Jornalista pela Facom (Faculdade Paulus de Comunicação) e pós doutoranda na FAAP (Fundação Armando Alves Penteado) em Jornalismo Digital, atua como produtora de conteúdo no Cannalize, Dr. Cannabis e Cannect. Amante de literatura, fotografia e conteúdo de qualidade.