Caules de cânhamo cultivados em solo poluído podem ser beneficos para construção e energia

Caules de cânhamo cultivados em solo poluído podem ser beneficos para construção e energia

Sobre as colunas

As colunas publicadas na Cannalize não traduzem necessariamente a opinião do portal. A publicação tem o propósito de estimular o debate sobre cannabis no Brasil e no mundo e de refletir sobre diversos pontos de vista sobre o tema.​

Pesquisadores descobriram que o cânhamo cultivado para limpar o solo poluído pode ser usado na construção de concreto e na produção de energia sem grandes riscos à saúde..

De acordo com o Vito Gallo, Professor de Química da Politécnica de Bari, o desempenho da planta de cânhamo no processo de fito-purificação deixa apenas vestígios de quaisquer poluentes para trás.

“O cânhamo permite uma espécie de diluição dos metais na biomassa e isso resulta em um material que, a princípio, apresenta riscos muito limitados ou até mesmo nenhum risco à saúde”, disse Gallo.

O professor sugeriu que organizações científicas poderiam se reunir para estabelecer níveis aceitáveis ​​de concentração de quaisquer substâncias estranhas nos produtos derivados do cânhamo.

Relevância da pesquisa

Todas as partes interessadas, estão trabalhando em pesquisas importantes sobre fito-purificação. Trata-se de plantas específicas, que são cultivadas tanto para limpar poluentes, como metais pesados, quanto para estimular a degradação de compostos orgânicos para enriquecer o solo.

Durante essa busca, o cânhamo provou ser altamente eficaz em ambas as funções, conforme os cientistas italianos se disponibilizaram a documentar posteriormente.

A questão sempre foi o que seria feito com o cânhamo adulterado depois de colhido de campos poluídos.

Pesquisadores italianos disseram que a maioria dos metais pesados ​​absorvidos pelo cânhamo são armazenados nas raízes e folhas da planta, deixando apenas quantidades minúsculas no caule do cânhamo

Mesmo com essas descobertas, os pesquisadores continuam a estudar esse processo. 

 

Cânhamo e solo

A pesquisa feita na Itália se baseia em estudos efetuados em 2002, quando pesquisadores da Universidade de Wuppertal e do Faserinstitut de Bremen, Alemanha, mostraram que as plantas de cânhamo semeadas para remediação coletavam a maioria dos metais pesados ​​nas folhas, enquanto os caules das plantas praticamente não foram afetados. 

Um outro estudo feito na Índia em 2014 identificou o cânhamo como uma ferramenta promissora para a hiperacumulação de metais pesados ​​como:

  • Arsênio;
  • Chumbo;
  • Mercúrio;
  • Cobre;
  • Cromo; 
  • Níquel.

Além de usar os caules do cânhamo para o concreto, a biomassa pode ser queimada para obter energia. Com as cinzas coletadas em condições controladas, os metais podem ser extraídos e reutilizados, disse Gallo.

Novo sistema sustentável

De acordo com Marcello Colao, biólogo da Associação Italiana de Biólogos Ambientais da Apúlia (ABAP), que também está estudando  a técnica,  “O uso do cânhamo para fito-purificação levaria não só à criação de um novo sistema de uso do solo vinculado à proteção ambiental, mas também à geração de empregos e recursos sustentáveis ​​para a comunidade, de acordo com os princípios da economia verde e bioeconomia”

Colao participa de um projeto chamado GREEN, que estuda diferentes variedades de cânhamo e as classifica quanto à capacidade de fito-purificação. 

Esse projeto é parte de uma iniciativa mais ampla que está pesquisando o cânhamo por seu potencial no desenvolvimento sustentável e sequestro de carbono, desenvolvendo estratégias para melhores práticas de manejo agrícola.

O projeto, sob a direção de Gallo, está estudando uma mistura de microalgas e cânhamo para ver como ela pode melhorar a fito-purificação da água e do solo. 

Os pesquisadores relataram que análises de laboratório mostraram que a mistura facilitou o crescimento de plantas de cânhamo em solo poluído, acelerando assim o processo de  fito-purificação.

As plantas de cânhamo foram particularmente eficazes na absorção de cádmio, níquel e zinco, disse a equipe.

Referências

  • Hemp Today

Tags:

Artigos relacionados

Relacionadas