Cannabis X Escitalopram: É possível substituir?

Cannabis X Escitalopram: É possível substituir?

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As colunas publicadas na Cannalize não traduzem necessariamente a opinião do portal. A publicação tem o propósito de estimular o debate sobre cannabis no Brasil e no mundo e de refletir sobre diversos pontos de vista sobre o tema.​

Saiba os prós e contras e quando é possível substituir ou acrescentar a cannabis no tratamento

Cannabis X Escitalopram: É possível substituir?
Foto: Freepik

O uso de produtos à base de cannabis vem crescendo ao longo dos anos no Brasil, principalmente para condições da mente. 

De acordo com um levantamento da Kaya Mind, a ansiedade é a patologia mais procurada para o tratamento. Por isso, será que ela pode substituir medicações convencionais como o escitalopram?

Conversamos com o psiquiatra João Victor Lorenzetti que nos ajudou a  entender melhor se a troca é possível.

O que é o escitalopram?

Mas antes de falarmos sobre cannabis, o que você sabe sobre o escitalopram?

Trata-se de um antidepressivo bastante conhecido, utilizado para transtornos psiquiátricos, como depressão, síndrome do pânico e ansiedade. 

O remédio está no mercado há mais de 20 anos e só pode ser comprado através de uma receita de controle especial, válida por 30 dias. Mesmo assim, é bem popular. Para se ter uma ideia, foram vendidos mais de 15 milhões de caixas só em 2021.

De acordo com o psiquiatra, antidepressivos como este, atuam diretamente nos sistemas das monoaminas, estimulando a transmissão de serotonina, bloqueando a recaptação da mesma.

Pertencente à classe dos ISRS (Inibidores Seletivos da Recaptação da Serotonina), o seu papel é  impedir a retirada de serotonina do cérebro, substância conhecida como “hormônio da felicidade”. 

Uma vez que o composto permanece disponível por mais tempo, o bem estar do paciente melhora. 

Por outro lado, o produto contém efeitos colaterais, que vão desde coriza até arritmia, veja:

  • Aumento ou diminuição do apetite;
  • Aumento do suor;
  • Dores musculares e nas articulações;
  • Aumento de peso;
  • Cansaço;
  • Febre;
  • Disúrbios sexuais;
  • Alteração do ritmo cardíaco, como arritmias;
  • Náusea;
  • Dor de cabeça;
  • Nariz entupido com coriza (sinusite;
  • Ansiedade;
  •  Inquietude;
  • Sonhos anormais;
  • Dificuldades para dormir;
  • Sonolência diurna;
  • Tonturas;
  • Bocejos; 
  • Tremores;
  • Diarreia;
  • Constipação;
  • Vômitos;
  • Boca seca.

Além disso, o medicamento é contraindicado para alguns tipos de pacientes com histórico de arritmia cardíaca e gravidez. 

E a cannabis?

Apesar de também influenciar a serotonina, o psiquiatra explica que a cannabis trabalha de forma diferente, através do chamado Sistema Endocanabinoide. Trata-se um sistema que regula a homeostase, ou seja, o equilíbrio das funções do organismo.

Através dos chamados canabinoides, como o CBD (canabidiol), por exemplo, a cannabis pode modular substâncias como a anandamida e 2-araquidonilglicerol, e por consequência, também modula-se, em menor grau, as monoaminas (serotonina, dopamina, noradrenalina).

Substituição

Por outro lado, o médico explica que a troca não é substituível para a grande maioria dos casos. A cannabis é associada como adjuvante ao tratamento, permitindo algumas vezes a diminuição e até mesmo desprescrição para alguns quadros, mas não é via de regra. 

“Cada caso deve ser avaliado individualmente e em processo controlado”, acrescenta. 

E o acompanhamento médico não é por acaso. Há o risco de acontecer uma interação entre a cannabis e o escitalopram, que podem aumentar os efeitos e ser perigoso. 

Mas com o acompanhamento certo, a interação pode resultar em uma sinergia, o que aumenta o nível do escitalopram e pode favorecer a diminuição de doses, ou permitindo efeito satisfatório em doses subterapêuticas.

Cannabis X Escitalopram

O psiquiatra também explica que, no final, a cannabis é uma opção por causa do baixo nível de efeitos colaterais. O ponto negativo das medicações psiquiátricas é o perfil de efeito colateral, que pode variar de composto para composto. 

“Pensando no escitalopram, costuma ser mais baixo que outros antidepressivos da mesma classe, entretanto ainda é comum a disfunção sexual, sintomas gastrointestinais, insônia ou sedação leve”, acrescenta.

Sintomas que podem variar de organismo para organismo em intensidade e apresentação.

No geral, a cannabis medicinal não apresenta estes efeitos colaterais, exceto em alguns raros casos os sintomas gastrointestinais. Entretanto podem apresentar outros, geralmente mais brandos e toleráveis em comparação ao tratamento medicamentoso tradicional.

Consulte um médico

É importante ressaltar que qualquer produto feito com a cannabis precisa ser prescrito por um profissional de saúde habilitado, que poderá te orientar de forma específica e indicar qual o melhor tratamento para a sua condição.

Caso precise de ajuda, disponibilizamos um atendimento especializado que poderá esclarecer todas as suas dúvidas sobre cannabis medicinal, além de auxiliar na marcação de uma consulta, dar suporte na compra do produto até no acompanhamento do tratamento

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