Conforme a fama da cannabis cresce ao redor do mundo, mais pessoas passaram a utilizar a alternativa para uma série de condições, como epilepsia, Parkinson, Autismo, ansiedade e depressão.
Por causa dos poucos efeitos colaterais comparados aos remédios tradicionais, a cannabis passou a ser uma opção até na forma do cigarro de maconha. Foi o que ajudou a diarista Eliane Soares, por exemplo. Já contamos a história dela aqui.
Contudo, mesmo com vários relatos, os pesquisadores ainda enxergam o tratamento com cautela, uma vez que os estudos ainda são pré-clínicos, ou seja, não foram testados em humanos.
Mas é importante lembrar que as pesquisas lançadas até agora reforçam a tese de que é possível utilizar a cannabis.
Recentemente, neurocientistas da Medical University of South Carolina, nos Estados Unidos, analisaram as experiências de pacientes através da Escala Hospitalar de Ansiedade e Depressão (HADS).
Curiosamente as pessoas que estavam ingerindo cannabis mostravam níveis menores de depressão comparado com os demais.
“Embora não tenhamos observado nenhum efeito do uso de cannabis medicinal na ansiedade no início do estudo, os participantes que iniciaram o uso de cannabis durante o período de acompanhamento relataram uma redução significativa na ansiedade”, escreveram.
Outra peculiaridade percebida foi o efeito mais forte do Canabidiol (CBD) que o tetraidrocanabinol (THC), componente que gera os efeitos alucinógenos.
Contudo, os cientistas também destacaram que as pessoas que utilizaram extratos feitos com a planta já consideravam a cannabis como possível tratamento, portanto, a pesquisa precisa de mais análises.
Mas há também outros estudos promissores.
Outra pesquisa de 2006, realizada na Universidade McGill, em Montreal, no Canadá, mostrou que o THC pode agir como antidepressivo, além de produzir serotonina.
Consumidores ocasionais e diários do cigarro de maconha, por exemplo, tinham sintomas mais leves de depressão do que pacientes que não usavam.
O CBD também pode influenciar o humor. A ativação da serotonina pelo componente, por exemplo, também mostra ter efeitos antidepressivos.
Em 2018 a Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (FCFRP-USP), líder em pesquisas sobre canabidiol no mundo, realizou um estudo sobre a substância, que foi publicado na revista Molecular Neurobiology.
Eles deram o CBD para 367 ratos com sintomas depressivos, e os resultados foram os melhores. O estudo mostrou uma remissão dos sintomas no mesmo dia e permanência dos efeitos por uma semana.
Tainara Cavalcante
Jornalista pela Facom (Faculdade Paulus de Comunicação) e pós doutoranda na FAAP (Fundação Armando Alves Penteado) em Jornalismo Digital, atua como produtora de conteúdo no Cannalize, Dr. Cannabis e Cannect. Amante de literatura, fotografia e conteúdo de qualidade.
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