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Cannabis medicinal funciona para a doença de Parkinson?



13/12/2023


Cannabis medicinal funciona para a doença de Parkinson?

Cannabis medicinal funciona para a doença de Parkinson?
Foto: Envato

O uso da cannabis medicinal para tratar a doença de Parkinson ganhou destaque na mídia em setembro de 2023, após o deputado estadual Eduardo Suplicy anunciar que estava utilizando produtos à base da planta no tratamento de sua condição de saúde. 

De acordo com o parlamentar, a decisão de tornar público seu tratamento foi uma forma de ampliar o debate sobre o uso terapêutico da cannabis para diversas doenças. O Parkinson é uma das patologias com mais resultados evidenciando os benefícios da cannabis, porém, mais estudos precisam ser feitos para comprovar a eficácia da aplicação.
Neste texto, você entenderá o que é a doença de Parkinson e como a cannabis pode ajudar no seu tratamento. 

O que é a doença de Parkinson?

Descoberta em 1817 pelo farmacêutico inglês James Parkinson, trata-se de uma doença neurodegenerativa caracterizada por alterações motoras decorrentes da morte de células localizadas em uma região do cérebro conhecida como substância negra. 

De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), é a segunda patologia neurodegenerativa mais presente no mundo, atrás apenas do Alzheimer. Cerca de 1% da população mundial possui a doença de Parkinson, o que equivale a mais de 4 milhões de pessoas, sendo os idosos a maioria entre os portadores.
Apenas no Brasil são cerca de 200 mil pacientes com a enfermidade, segundo a Organização. 

Principais sintomas e tratamentos

Os sintomas mais comuns da doença são motores, incluindo tremores, rigidez dos músculos e anormalidades na postura. Contudo, existem também manifestações não físicas: alterações no olfato, problemas no sono, ansiedade, depressão e demências são alguns exemplos. 

Normalmente a lentificação dos movimentos e os tremores nas mãos, que podem ser notados pelo próprio paciente ou por pessoas próximas, são alguns dos sinais que podem indicar a existência do Parkinson. 

A doença não tem cura, mas pode ser amenizada com medicações que ajudam na reposição da dopamina, substância responsável pela transmissão de mensagens entre as células do sistema nervoso. Geralmente os medicamentos são usados pela vida inteira, embora as dosagens e formas variem de paciente para paciente. 

Cannabis medicinal e Parkinson

Como citado no início deste texto, a doença de Parkinson está entre as condições que já possuem um certo nível de evidência para o tratamento com fitocanabinoides. Em suma, os resultados iniciais sugerem que a combinação das substâncias pode melhorar os sintomas motores e não motores, especialmente o sono e os níveis de ansiedade.
Os tipos de produtos para Parkinson compreendem as três formas farmacêuticas disponíveis: Espectro Completo (full spectrum), Espectro Amplo (broad spectrum) e Isolado.

Conheça mais sobre as formas de produtos com cannabis

Fatores que os diferenciam são concentração e distribuição de fitocanabinoides. No caso dos produtos do Espectro Completo, o tetrahidrocanabinol (THC) está presente e é fundamental diminuir os tremores e a rigidez muscular. Além disso, o componente auxilia no efeito entourage, explicado no vídeo abaixo.

 

 

Estudos

O tratamento realizado pelo deputado Eduardo Suplicy é parte de um estudo científico da Universidade Federal da Integração Latino-Americana (Unila), do Paraná. Segundo o pesquisador, o produto possui quantidades diferentes de CBD e THC, componentes escolhidos para tratar os principais sintomas da doença.

Até o momento, os resultados têm sido satisfatórios e a evolução do paciente segue sendo acompanhada de perto pela equipe de saúde responsável. Alguns participantes relataram alívio de diferentes sintomas, como melhora na função motora e nos níveis de dor.

Um outro estudo publicado na revista norueguesa “Acta Neurologica Scandinavica” também buscou avaliar a interação entre a cannabis e a progressão da doença de Parkinson. Estes resultados estão de acordo com os dados divulgados, em 2020, pelo Journal of Parkinson’s Disease, que apontou que 10% dos pacientes com Parkinson usam derivados medicinais de cannabis na Alemanha, onde a planta foi aprovada como tratamento para a condição de saúde.  

Por fim, um artigo publicado no periódico “Clinical Neuropharmacology” buscou observar os possíveis efeitos adversos do tratamento com cannabis em pacientes com a doença. Foram analisados 47 pacientes ao longo de três meses e os resultados mais presentes foram: alívio das dores, diminuição dos sinais de depressão, dos tremores e da rigidez muscular. Além disso, não foram identificados efeitos colaterais graves entre os participantes.

Por que escolher a cannabis medicinal?

O tratamento com cannabis é permitido no Brasil desde 2015, quando importações foram permitidas pela Anvisa para condições especiais e com prescrição. Desde então, o número de pacientes que usam a terapêutica cresceu consideravelmente.Hoje são mais de 430 mil brasileiros em tratamento, sendo cerca de 219 mil com autorização da Anvisa para importar os produtos e 97 mil adquirindo em farmácias.

Embora a cannabis esteja sendo estudada mundialmente, a maioria das evidências encontradas até o momento são positivas. Por outro lado, mais estudos precisam ser feitos para garantir a segurança do uso

Como começar o tratamento

O primeiro passo para iniciar sua jornada com cannabis medicinal é passar por um consulta com um profissional prescritor. 

Cannect, maior ecossistema de cannabis medicinal da América Latina te ajuda em todas as fases do tratamento, pois ligamos pacientes, profissionais de saúde e fornecedores de produtos.

Saiba como é fácil acessar o tratamento, clicando na imagem abaixo. 

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Andrei Semensato

Jornalista pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Produz conteúdos sobre Política, Saúde e Ciência. Também possui textos publicados nos blogs da Cannect e Dr. Cannabis.