Pesquisadoras do Centro Universitário de Brasília (CUB) revisaram mais de 600 estudos sobre o uso da cannabis para o tratamento de epilepsia de difícil controle nos últimos 25 anos e mostraram que a cannabis foi eficaz na maioria dos casos.
Dos 647 artigos revisados sistematicamente, 25 foram selecionados para um levantamento completo dos resultados.
Na investigação mais minuciosa, as biomédicas Ana Carolina Guimarães e Natasha Gandara, ambas de 23 anos, observaram um total de 627 pacientes.
Dos 25 estudos analisados, 131 crianças ficaram totalmente livres das crises epilépticas, enquanto 19% teve uma redução significativa das crises e 90% da frequência dos episódios.
Outra resposta observada nos estudos foi a diminuição dos efeitos colaterais causados pelos remédios convencionais.
Por ser uma opção mais natural, a cannabis gera efeitos colaterais mínimos.
As duas biomédicas ainda destacaram que as taxas foram de apenas 4% a 14% das crianças estudadas que apresentaram efeitos colaterais. Os principais foram sono, fadiga, perda de apetite e vômitos.
Comparado aos remédios tradicionais, os efeitos são bem mais brandos.
A epilepsia refratária é conhecida por ser resistente aos medicamentos. Nestes casos, pacientes precisa tomar vários remédios fortes ao mesmo tempo para controlar as crises. Isso pode trazer uma série de efeitos colaterais e prejudicar a qualidade de vida.
A epilepsia de difícil controle pode ser um sintoma de várias condições médicas.
O estudo analisou o caso de crianças com síndromes como Lennox- Gastaut, West, Dravet, Doose, Ohtahara, Epilepsia focal e Multifocal, Encefalopatía epiléptica, epilepsia generalizada, epilepsia infantil intratável, espasmos infantis, Sturge-Weber e epilepsia infantil de ausência focal.
Apesar de se popularizar a pouco tempo, a cannabis já era estudada no Brasil desde a década de 1970.
Tanto, que foi dentro das paredes da Universidade Pública de São Paulo (USP) que os efeitos relaxantes do canabidiol foram descobertos pela primeira vez. Atualmente, o Brasil é o país que mais pesquisa sobre o canabinoides no mundo.
Quem descobriu os efeitos da erva para epilepsia foi um brasileiro, o professor Elisaldo Carlini, da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP).
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Tainara Cavalcante
Jornalista pela Facom (Faculdade Paulus de Comunicação) e pós doutoranda na FAAP (Fundação Armando Alves Penteado) em Jornalismo Digital, atua como produtora de conteúdo no Cannalize, Dr. Cannabis e Cannect. Amante de literatura, fotografia e conteúdo de qualidade.
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