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Saúde e Ciência

Cannabis é eficaz no tratamento da epilepsia refratária, aponta revisão



13/07/2022



Uma das principais alternativas para crises epilépticas de difícil controle, a cannabis se mostrou mais eficaz e com menos efeitos colaterais. 

Pesquisadoras do Centro Universitário de Brasília (CUB) revisaram mais de 600 estudos sobre o uso da cannabis para o tratamento de epilepsia de difícil controle nos últimos 25 anos e mostraram que a cannabis foi eficaz na maioria dos casos. 

Dos 647 artigos revisados sistematicamente, 25 foram selecionados para um levantamento completo dos resultados. 

Na investigação mais minuciosa, as biomédicas Ana Carolina Guimarães e Natasha Gandara, ambas de 23 anos, observaram um total de 627 pacientes.

Foto: Freepik

Dos 25 estudos analisados, 131 crianças ficaram totalmente livres das crises epilépticas, enquanto 19% teve uma redução significativa das crises e 90% da frequência dos episódios.

“O preconceito faz com que pessoas prefiram dar Rivotril ao filho do que canabidiol”

Além do esperado

Outra resposta observada nos estudos foi a diminuição dos efeitos colaterais causados pelos remédios convencionais.

Por ser uma opção mais natural, a cannabis gera efeitos colaterais mínimos.

As duas biomédicas ainda destacaram que as taxas foram de apenas 4% a 14% das crianças estudadas que apresentaram efeitos colaterais. Os principais foram sono, fadiga, perda de apetite e vômitos.

Comparado aos remédios tradicionais, os efeitos são bem mais brandos. 

Doenças resistentes

A epilepsia refratária é conhecida por ser resistente aos medicamentos. Nestes casos, pacientes precisa tomar vários remédios fortes ao mesmo tempo para controlar as crises. Isso pode trazer uma série de efeitos colaterais e prejudicar a qualidade de vida.

 O que a ciência já descobriu até hoje sobre a cannabis para epilepsia refratária 

A epilepsia de difícil controle pode ser um sintoma de várias condições médicas.

O estudo analisou o caso de crianças com síndromes como Lennox- Gastaut, West, Dravet, Doose, Ohtahara, Epilepsia focal e Multifocal, Encefalopatía epiléptica, epilepsia generalizada, epilepsia infantil intratável, espasmos infantis, Sturge-Weber e epilepsia infantil de ausência focal.

Propriedades descobertas por brasileiros

Apesar de se popularizar a pouco tempo, a cannabis já era estudada no Brasil desde a década de 1970.

Tanto, que foi dentro das paredes da Universidade Pública de São Paulo (USP) que os efeitos relaxantes do canabidiol foram descobertos pela primeira vez. Atualmente, o Brasil é o país que mais pesquisa sobre o canabinoides no mundo.

Quem descobriu os efeitos da erva para epilepsia foi um brasileiro, o professor Elisaldo Carlini, da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP).

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Tainara Cavalcante

Jornalista pela Facom (Faculdade Paulus de Comunicação) e pós doutoranda na FAAP (Fundação Armando Alves Penteado) em Jornalismo Digital, atua como produtora de conteúdo no Cannalize, Dr. Cannabis e Cannect. Amante de literatura, fotografia e conteúdo de qualidade.