A pesquisa mostrou que a cannabis ainda diminuiu o número de opioides prescritos com câncer
Foto: Freepik
De acordo com um novo estudo feito em vários centros médicos do Canadá, produtos à base de cannabis com proporções semelhantes de CBD (canabidiol) e THC (tetrahidrocanabinol) podem reduzir dores causadas por câncer.
A pesquisa realizada na Universidade de McGill, em Montreal, mostrou que a cannabis pode ser uma opção satisfatória quando os tratamentos com drogas convencionais não mostram resultados.
“Nossos dados sugerem um papel para a cannabis medicinal como uma opção segura e complementar de tratamento em pacientes com câncer que não conseguem alcançar o alívio adequado da dor por meio de analgésicos convencionais, como os opioides”, destacam em nota.
Resultados promissores
Para o estudo, foram analisados 358 adultos com câncer de 2015 a 2018, com idade média de 57 anos. Os diagnósticos mais comuns foram tumor urogenital, de mama e de intestino e a principal queixa dos pacientes eram as dores.
Os produtos com proporções iguais de CBD e THC foram os mais prescritos. Isso porque o THC, composto que gera o barato da maconha, é um importante aliado no combate de dores.
De acordo com a pesquisa, nos três primeiros meses, houve uma redução de 41,3% da dor. A intensidade também diminuiu quase 32%.
O artigo também considerou a cannabis segura e com poucos efeitos colaterais, que foram percebidos por apenas 24 pacientes.Os mais comuns foram sonolência e fadiga.
Substituto aos opioides?
Pacientes com câncer, principalmente em estado terminal, tendem a sentir bastante dores, que são amenizadas com opioides. O problema é que os produtos possuem uma enorme quantidade de efeitos colaterais que podem prejudicar a qualidade de vida.
Para se ter ideia, uma em cada três pessoas não sentem melhor depois de usar e ainda precisam lidar com náuseas, sonolência, constipação e até depressão respiratória.
Contudo, a quantidade de opioides prescritos diminuiu de forma significativa depois da cannabis em todas as fases do estudo. Isso porque a planta tem um efeito modulador no controle da dor.
Por outro lado, será necessário novos estudos para bater o martelo.
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