Diagnosticada com câncer, idosa de 80 anos no Reino Unido viu o seu tumor no pulmão direito reduzir 76% depois do uso do Canabidiol (CBD). O caso foi documentado e publicado em um artigo na BMJ Case Reports.
Depois de passar um bom tempo fumando um maço de cigarro por semana, ela descobriu o câncer em junho de 2018 e passou a ser tratada no Mid and South Essex NHS Foundation Trust.
Contudo, ao invés de tratamentos convencionais, como quimioterapia, radioterapia ou cirurgia, a idosa resolveu tomar 0,5 ml de CBD por conta própria três vezes ao dia. A razão da troca era o medo dos efeitos colaterais enfrentados na luta contra o câncer.
Em quase três anos de uso, o tumor reduziu 41 mm até março de 2021. Uma redução de 76% do tamanho.
Contudo, é importante ressaltar que além do óleo de cannabis, ela continuou tomando outros remédios, como comprimidos para osteoartrite, hipertensão e doença pulmonar obstrutiva crônica leve (DPOC).
Por isso os médicos que acompanharam o caso disseram não ter certeza de que o canabidiol foi o responsável pela redução do tumor.
Agora, são necessários mais estudos para confirmar se a cannabis tem mesmo um potencial em tratamentos contra o câncer.
Em 2018 a Netflix lançou um documentário sobre a história de crianças que também passaram a fazer uso do tratamento alternativo.
Com o Título “Maconha Medicinal: cura ou crime?”, o filme independente acompanhou a vida de várias crianças enquanto faziam quimioterapias e tratamentos convencionais, e outras que recorreram à cannabis porque todas as outras opções falharam.
No filme, a remissão dos sintomas e dos tumores nas crianças também regrediram depois da terapia canábica.
Embora não haja comprovação de que a cannabis seja realmente eficaz contra o câncer, alguns estudos são animadores.
Algumas pesquisas já mostravam que o fitoterápico poderia ser útil no combate aos sintomas, tanto é que foi criado um remédio feito com canabinoides, as moléculas encontradas na planta.
Contudo, parece que a cannabis pode fazer mais. O assunto tomou grande repercussão nos Estados Unidos depois que o próprio Instituto Americano do Câncer admitiu que a planta pode matar as células cancerígenas, além de impedir o crescimento de novas células.
A posição veio depois de um estudo de dois anos em ratos com câncer, onde a princípio, foi percebido uma diminuição do tumor dos bichos.
A ideia de testar a cannabis para tratar o câncer foi por causa de um outro estudo da Revista Men’s Health, que havia testado amostras de quase 90.000 usuários de cannabis. Eles chegaram à conclusão de que uma pessoa que consome a planta, tem 45% menos chances de desenvolver um câncer.
A cannabis tem efeitos antitumorais, funcionando assim: ela atua como um anti-inflamatório, bloqueando o crescimento das células além de prevenir o crescimento de vasos sanguíneos que alimentam o tumor.
Outro estudo alemão, feito pela Ludwig Maximilians University Clinic em Munique, investigou os efeitos do CBD de alta pureza em um tumor cerebral chamado glioblastoma.
Eles adicionaram o canabidiol com alta pureza nas células tumorais de ratos e também de humanos. A ação do CBD foi bem rápida: em apenas três dias elas morreram.
Neste ano, pesquisadores do Serviço Nacional de Saúde do Reino Unido (NHS, sigla em inglês), anunciaram que vão iniciar os estudos em pacientes com a condição. Mais especificamente em pessoas com tumores cerebrais.
A façanha será testada com um medicamento que já está em circulação em vários países. O Sativex, chamado aqui no Brasil de Mevaty, é um spray que contém tanto CBD e o tetrahidrocanabinol (THC) em proporções parecidas.
Tainara Cavalcante
Jornalista pela Fapcom (Faculdade Paulus de Comunicação) e pós graduanda na FAAP (Fundação Armando Alves Penteado) em Jornalismo Digital, atua como produtora de conteúdo no Cannalize, Dr. Cannabis e Cannect. Amante de literatura, fotografia e conteúdo de qualidade.
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