Uma coisa já está clara: existem inúmeros canabinóides dentro da planta cannabis, mas você sabia que esses não são os únicos? Já ouviu falar dos canabinoides sintéticos feitos em laboratório? Vamos entender um poucos sobre eles.
Os canabinoides sintéticos são produtos químicos feitos pelo homem, que são borrifados em matéria vegetal seca e picada, para em seguida serem, fumadas ou vendidas como líquidos.
São destinadas para os consumidores usá-las através vaporização ou inalação em cigarros eletrônicos e outros aparelhos.
Também conhecidos como incenso de ervas ou líquido, esses produtos químicos são chamados de canabinóides porque são semelhantes aos produtos encontrados na planta cannabis.
Existem dois tipos diferentes de canabinoides sintéticos. O primeiro grupo ainda é considerado ilegal, pois é formado por compostos que não foram regulamentados e fazem parte do mercado negro de cannabis.
O outro já é considerado legal porque possui compostos produzidos em laboratórios por empresas farmacêuticas e aprovados pelo órgão regulador do governo.
Esses dois tipo, são sintéticos, mas as ações entre eles são de mundos separados.
Quando uma planta é expostas a um processo que altera sua estrutura, ela se torna uma substância diferente, podendo ser legalmente patenteada, pois não é mais a planta em sua forma original.
Esse método é uma maneira econômica de mover algo da medicina vegetal, onde não pode ser patenteado, para a medicina farmacêutica que pode. Geralmente a explicação básica para isso é o intuito de fornecer às pessoas o melhor medicamento possível, mas muitas vezes destacando uma fonte de receita anteriormente inexplorada.
Este é um fator importante para a indústria farmacêutica que a maioria das pessoas não conhece, até mesmo os médicos da área. Um assunto muito importante, quando o caso é sobre lidar com plantas como a cannabis.
Em outras palavras, uma planta em sua forma natural não pode ser patenteada. Somente uma versão diferente criada ou sintética tem essa permissão. Isso deixaria claro o por que as pessoas são constantemente informadas de que é perigoso fumar maconha enquanto as empresas farmacêuticas estão distribuindo receitas de Marinol (um canabinoide sintético) ?
O Marinol é bem conhecido e famoso nos Estados Unidos, é um sintético, como se fosse um canabinóide falso, feito em um laboratório, que supostamente funciona de maneira diferente, e talvez mais potente, do que a planta real.
Na verdade, é bem possível que a maior diferença entre o Marinol e os diversos outros canabinóides sintéticos, seja percebida por aquele que geralmente ganha dinheiro com isso.]
Na maioria das vezes, se você pesquisar canabinoides sintéticos na internet, tudo o que vai encontrar são conteúdos falando sobre os perigos dos ilícitos, mas o fato é que eles estão sendo vendidos ilegalmente todos os dias.
No ano de 2018, foi publicada uma lei em Illinois para garantir que os únicos canabinoides sintéticos vendidos fossem aprovados pelo governo. Fortalecendo a declaração de que os canabinóides sintéticos são totalmente bons, desde que o governo aprove.
Assim como muitos regulamentos, era uma lei que parecia ter o objetivo de fechar uma brecha em que havia de receita para o governo.
Quando se trata de qualquer tipo de sintético, há motivos para se preocupar. Os produtos químicos que são perigosos podem ser adicionados ou podem produzir efeitos inesperados e diferentes dos da planta original.
Segundo estatísticas, desde 2015 houve cerca de 20 mortes devido ao uso de canabinóides sintéticos. O número parece ser totalmente bobo, considerando que mais de 30 mil pessoas morreram pelo uso de opioides em 2018 apenas nos Estados Unidos, e esses medicamentos são prescritos todos os dias.
Se você pesquisar mortes por canabinóides sintéticos, encontrará alguns relatos, mas não na mesma quantidade dos opioides ou qualquer outros medicamentos prescritos com frequência. E quando observamos a segurança que a planta real oferece, até mesmo a ideia de usar um sintético se torna confusa e boba.
A cannabis não tem nenhuma morte associada a ela como a causa principal, é o único medicamento da lista que não tem nenhuma morte. Por outro lado, Marinol, que é a cannabis sintética, está na categoria de antieméticos que tem registrado cerca de 200 mortes, além de aparecer na categoria aprovado pela FDA com quatro mortes próprias.
Os autores do relatório explicam como as informações foram perdidas para fazer a comparação, mas fazem a seguinte declaração “o ProCon.org tentou encontrar o número total de consumidores de cada um desses medicamentos, entrando em contato com a Food and Drug Administration (FDA) , organizações comerciais farmacêuticas e os fabricantes reais dos medicamentos. Ainda não recebemos uma resposta e nos disseram que as informações não estavam disponíveis. ”
A informação vem da FDA, dos Estados Unidos, feita sob uma solicitação da Lei de Liberdade de Informação. Os escritórios oficiais do governo e organizações profissionais não achavam que as pessoas que tinham essas informações verificadas eram importantes.
A mais profunda verdade é que a baixa taxa de mortalidade não torna os sintéticos uma boa opção, mas simplesmente porque poucos sintéticos serão melhores do que uma planta real. No entanto, como foi dito antes, uma planta comum como a cannabis não pode ser patenteada, o que significa que uma empresa farmacêutica não pode vendê-la como medicamento e o governo não pode tributá-la para obter receitas.
Há uma enorme discrepância sobre a segurança apresentada em relação aos canabinóides sintéticos. Se eles são todos ruins, então quais são os legais, e se eles não são todos ruins, então aqueles que estão sendo usados ilicitamente podem ser perfeitamente seguros.
Isso quer dizer que comprar um produto barato provavelmente feito de um material sintético é uma boa ideia? Não! Mas também não diz muito a ponto de ser prescrito legalmente por um médico.
A questão é, se um canabinóide sintético e um canabinóide real fazem a mesma coisa, por que usar sintéticos se a planta é mais segura? Não é nisso que se baseia toda a indústria farmacêutica? Fazendo medicamentos sintéticos de plantas já que o original não pode ser patenteado? E assim tendo eles frequentemente inferiores ou mais perigosos do que o original?
Parece meio irônico depender de uma indústria que é baseada em sintéticos, mas no momento em que eles não são mais úteis ou há um conflito de onde o dinheiro flui, os consumidores são informados para não usá-los pelas mesmas pessoas que os produzem.
O fato é que a discussão sobre os sintéticos não precisa acontecer de forma alguma. A partir do momento que há acesso à planta original, em toneladas e de formas diferentes.
Na verdade, em vez de brigar sobre se os canabinóides sintéticos são seguros ou não, o correto é lutar para que toda a planta seja legalizada e que haja um bom acesso a todos os seus benefícios medicinais naturais para qualquer pessoa que precise.
É importante ressaltar que qualquer produto feito com a cannabis precisa ser prescrito por um profissional de saúde habilitado, que poderá te orientar de forma específica e indicar qual o melhor tratamento para a sua condição.
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Referências
Bruno Oliveira
Tradutor e produtor de conteúdo do site Cannalize, apaixonado por música, fotografia, esportes radicais e culturas.
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