Canabidiol, um aliado de respeito contra a epilepsia

Canabidiol, um aliado de respeito contra a epilepsia

Sobre as colunas

As colunas publicadas na Cannalize não traduzem necessariamente a opinião do portal. A publicação tem o propósito de estimular o debate sobre cannabis no Brasil e no mundo e de refletir sobre diversos pontos de vista sobre o tema.​

Desde os primeiros estudos com a cannabis, nos anos 80, a epilepsia foi a primeira condição a responder positivamente a este tratamento.

A epilepsia é uma perigosa condição de saúde, que afeta cerca de 3 milhões de brasileiros, segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde). A maioria dos pacientes são afetados na infância, nos primeiros 10 anos de vida, o que é mais preocupante.

Deste número, cerca de 700.000 pessoas têm epilepsia refratária, ou seja, resistente a medicamentos convencionais. 

Este distúrbio é caracterizado por crises convulsivas imprevisíveis, causadas por recorrentes e desordenadas descargas neuronais.

Apesar de se popularizar há pouco tempo, a cannabis já era estudada no Brasil desde a década de 1980, e a epilepsia foi a primeira condição a responder positivamente a este tratamento.

Tal eficácia foi descoberta através dos estudos do químico orgânico Raphael Mechoulam, associado a uma equipe de cientistas brasileiros liderados pelo professor Elisaldo Carlini, da UNIFESP (Universidade Federal de São Paulo).

Em um cenário duplo-cego, os pesquisadores testaram pacientes epiléticos e voluntários saudáveis, aplicando canabidiol ou placebo durante 135 dias, e submetendo os pacientes a exames clínicos e laboratoriais a cada 15 ou 30 dias.

 No trabalho, o professor descobriu o potencial anticonvulsivante do CBD com resultados significativos. “Ficamos felizes em notar que, de fato, eles não tinham convulsões enquanto estavam tomando o canabidiol”, disse o próprio Mechoulam, em um documentário biográfico chamado “O Cientista”, lançado em 2015.

De lá pra cá, a regulação da cannabis medicinal no Brasil se deu a passos lentos, mas principalmente marcada pela luta de uma mãe que viu no canabidiol (CBD) a única alternativa para conter as crises epilépticas da sua filha.

Atualmente, 50 mil pacientes de epilepsia devem ser atendidos com canabidiol no país.

Evidências Científicas

Hoje, a cannabis medicinal é conhecida por ser uma das poucas opções que realmente ajudam a tratar a epilepsia refratária. Tanto para controlar as crises, quanto para acalmar o paciente e melhorar a sua qualidade do sono.

Se você está vendo este texto, provavelmente deve ter baixado nosso e-book exclusivo sobre epilepsia e cannabis, reunindo os principais estudos que respaldam o uso do canabidiol no tratamento da epilepsia. Se não baixou, aproveite, é grátis!

 Outra evidência científica é de 2019, num estudo feito por pesquisadores dos Estados Unidos, Holanda, Polônia e Reino Unido, que avaliou pacientes da Síndrome de Lennox-Gastaut, um tipo de epilepsia refratária que causa graves convulsões em crianças.

O estudo constatou que, após a intervenção terapêutica com cannabis, a melhora da condição geral de saúde foi relatada por 88% dos pacientes/cuidadores.

Cannabis no SUS

Tal condição e tratamento são tão familiares aos cientistas que já motivam legislações de saúde pública. É o caso da sanção da Lei Estadual nº 17.618, de 31/01/23, que institui a política estadual de fornecimento gratuito de medicamentos à base de CBD (canabidiol), em caráter excepcional, pelo SUS (Sistema Único de Saúde), em São Paulo.

Na ocasião, o próprio governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) compartilhou um  testemunho: “Meu sobrinho ganhou qualidade de vida quando começou a usar o canabidiol. Isso me motivou a assinar a sanção”, contou. “Deus sabe a fortaleza e resiliência que os pais destas crianças devem ter para enfrentar este desafio.”

Tags:

Artigos relacionados

Relacionadas