Segundo uma pesquisa feita pela ADWA Cannabis, startup que desenvolve tecnologias para a planta sativa, o Brasil tem um grande potencial para se tornar exportador de cannabis. O país tem as condições climáticas ideais, além da sua vasta experiência como terceiro maior exportador agrícola do mundo.
O relatório foi realizado junto ao Grupo Brasileiro de Estudos sobre Cannabis sativa L. da Universidade Federal de Viçosa (UFV) e mostrou que o Brasil tem cerca de 7,5 milhões de quilômetros quadrados aptos e que podem ser usados para o cultivo da erva.
A enorme área pode ser aproveitada para a plantação de cânhamo, derivação da cannabis com baixo teor de THC e uma quantidade maior de CBD, que serve para a produção de fibras, flores, sementes e até remédios. Também para o cultivo de cannabis com um teor maior de THC, que não é apenas destinado ao uso recreativo, mas também medicinal.
O estudo aponta que a cannabis, mais especificamente o cânhamo, poderia entrar na indústria de papel de cânhamo, com uma estimativa de produção que pode chegar a 12 toneladas de celulose por hectare.
Só na América Latina, o mercado de cannabis legal e ilícito chega a U$S9,7 bilhões, segundo um relatório do NewFrontierData. E as projeções apontam que o Brasil tem o potencial de chegar a mais de U$S2,4 bilhões.
Depois da autorização da Anvisa para vender produtos à base de canabidiol nas farmácias, apenas uma empresa obteve autorização para vender. No entanto, o remédio feito de CBD custa mais de R$2 mil (dois mil reais). Para quem necessita mais de THC só há um remédio disponível para importar, e o custo é ainda maior que produto brasileiro.
Produzir no Brasil poderia diminuir os custos para quem precisa do fitofarmacêutico, assim também como para o governo, que diminuiria os custos caso chegue ao Sistema Único de Saúde (SUS).
Segundo Marcelo Vita Grecco, fundador da The Green Hub em um Webinar sobre o mercado de cannabis no país, diferente de grandes produtores como Estados Unidos e Canadá, que são mais focados na produção de suplementos e cannabis recreativa, o Brasil poderia e tem o potencial de focar no uso medicinal da cannabis.
Isso colocaria o país dentro do mercado da commodity para concorrer aqui mesmo na América do Sul, contra países como Uruguai e Colômbia, que já faturam na cannabis terapêutica.
Mesmo com todas as projeções, propostas que envolvem o plantio não vão para a frente. A Comissão Especial sobre Medicamentos Feitos com Cannabis Sativa (PL399/15) realizou alguns debates na câmara dos deputados até mesmo abertos ao público sobre o cultivo, mas a pauta ainda é um desafio.
Falar sobre plantio no Brasil ainda é um problema, até hoje o tema causa estranheza e preconceitos e não foge da boca dos políticos, como do Ministro da Cidadania Osmar Terra e o Assessor Especial do presidente Jair Bolsonaro,Arthur Weintraub, que não escondem as suas opiniões conservadoras sobre qualquer tipo de uso da planta.
No entanto, a indústria de cannabis está otimista. De acordo com o DataSenado 87% dos brasileiros conhecem os benefícios da planta e 75% aprovam o uso medicinal, dado que já fez as empresas investirem com cursos e matéria prima para remédios no Brasil.além de dispertar um ativismo pela legalização.
Tainara Cavalcante
Jornalista pela Fapcom (Faculdade Paulus de Comunicação) e pós graduada na FAAP (Fundação Armando Alves Penteado) em Jornalismo Digital, atua como produtora de conteúdo no Cannalize, Dr. Cannabis e Cannect. Amante de literatura, fotografia e conteúdo de qualidade.
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