A legalização da maconha nos Estados Unidos tem crescido nos últimos tempos e atualmente, cerca de 16 estados já autorizaram a erva. Consequentemente, o consumo de maconha por grávidas também aumentou.
E parece que a pandemia acelerou esse crescimento. Segundo um novo estudo da Divisão de Pesquisa Kaiser Permanente em Oakland, nos EUA, o aumento foi de até um quarto a mais.
Para fazer o teste, os pesquisadores compararam cerca de 95 mil exames toxicológicos feitos no pré-natal de janeiro de 2019 a dezembro de 2020.
Comparado ao ano anterior, os pesquisadores perceberam um aumento substancial em mulheres no começo da gestação no estado da Califórnia. De 6,75% o número subiu para 8,14%.
Contudo, a pesquisa não diferenciou os tipos de canabinoides. O canabidiol (CBD), por exemplo, é bastante utilizado na medicina e não provoca os efeitos psicoativos da maconha.
Como dissemos, o consumo por grávidas já era notório. Em outra pesquisa feita pela Pesquisa Nacional sobre Uso de Drogas e Saúde (NSDUH, sigla em inglês), a partir de 2013 os profissionais de saúde começaram a perguntar o motivo do consumo.
Até 2017 o uso por indicação médica já era bem pequeno. De acordo com o estudo, o uso medicinal entre mulheres de 12 a 44 anos não ultrapassou 0,68%.
Embora não haja estudos suficientes sobre grávidas e maconha, alguns médicos preferem advertir suas pacientes. Principalmente porque as pesquisas feitas até agora não são animadoras.
É possível que o tetraidrocanabinol (THC), composto intoxicante da cannabis, possa atravessar a placenta e causar prejuízo para o bebê no útero, segundo os pesquisadores do American College of Obstetricians and Gynecologists (ACOG).
Estudos também mostraram que o uso da cannabis durante a gravidez pode causar problemas no desenvolvimento cerebral do bebê, causar queda do peso e aumentar o risco de natimortos (a morte de um feto após 20 semanas de gestação).
Tainara Cavalcante
Jornalista pela Facom (Faculdade Paulus de Comunicação) e pós doutoranda na FAAP (Fundação Armando Alves Penteado) em Jornalismo Digital, atua como produtora de conteúdo no Cannalize, Dr. Cannabis e Cannect. Amante de literatura, fotografia e conteúdo de qualidade.
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