De origem nacional, a pesquisa traz dados que evidenciam a eficácia dos canabinoides no tratamento do Alzheimer.
Pesquisadores da Unila (Universidade Federal da Integração Latino-Americana), localizada em Foz do Iguaçu (PR), realizaram um importante estudo sobre os tratamentos para o Alzheimer com cannabis.
Após as análises dos dados de um paciente específico por 22 meses, foi constatado que a cannabis tem propriedades que podem minimizar os impactos gerados pela doença e até reverter boa parte dos danos relacionados à memória.
O experimento é considerado inovador. Ele foi o primeiro que conseguiu mostrar a capacidade regenerativa da planta para tratar essa condição.
“A grande inovação é que esse trabalho mostra a dose e qual é o melhor tipo para ingerir, além de evidenciar o ganho incrível nesse estágio [grau moderado] para o paciente”, afirma o médico Francisney Nascimento, autor principal do projeto em entrevista à Cannalize.
Confira: Alzheimer: O que é Causas, Sintomas e Tratamentos
O relatório de caso foi feito com a participação de apenas um paciente, um agricultor paranaense de idade avançada, que tinha o diagnóstico de Alzheimer em grau moderado.
Nessa situação é comum o esquecimento de coisas do dia a dia, de pessoas próximas e de como se localizar, mas ainda não afeta a memória sobre informações do núcleo familiar.
Com a autorização da família, os pesquisadores retiraram os medicamentos anteriormente utilizados e começaram o tratamento com um extrato de cannabis, com 0,5 miligramas de THC (Tetrahidrocanabinol) e 100 microgramas de CBD (Canabidiol).
Após 22 meses do experimento, realizado a partir das doses e de testes cognitivos, o paciente apresentou ganhos de memória e uma reversão de quase todo o quadro da doença.
Além dos tratamentos canábicos, existem outras medicações que tentam frear o avanço da doença no corpo humano. Apesar de serem alopáticos convencionais, os remédios não garantem o resultado esperado.
“Eles não dão ganho de memória, somente mantém por algum tempo, poucos meses, e logo após o paciente continua degenerando”, ressalta Francisney.
O caso analisado pelo estudo evidencia uma situação diferente com a cannabis, que oferece significativas reversões na perda de memória e uma melhora no grau da complicação por mais tempo.
Os benefícios podem ser explicados através da capacidade da microdose utilizada, que consegue induzir uma proteção contra o Alzheimer a partir de um mecanismo de neuro proteção, que impede a morte dos neurônios e facilita o ‘brotamento’ de novas células no hipocampo, a região do organismo responsável pela memória.
Com resultados tão inovadores, é comum surgir o questionamento se a cannabis pode ser uma cura para o Alzheimer.
Para Ana Carolina Ruver‑Martins, a primeira autora da pesquisa, apesar da planta ter potencial, ainda é muito cedo para tal afirmação.
“Não tem dados suficientes para afirmar que ela cura o Alzheimer, até porque o nosso experimento foi feito com apenas um paciente, e, assim, estamos falando de uma doença crônica que tem uma evolução longa. É necessário a realização de mais estudos”, conclui a pesquisadora.
Veja também: Alzheimer: como a cannabis pode auxiliar no tratamento
Agora, os pesquisadores focam em continuar os estudos sobre a capacidade da cannabis tratar o Alzheimer, só que dessa vez com pesquisas mais amplas.
Uma delas, inclusive, já foi realizada pela equipe e está em processo de análise dos dados obtidos.
Segundo Francisney, o ensaio clínico conta 28 pacientes, divididos em dois grupos, um que ingeriu placebo e o outro o extrato de cannabis.
Saiba mais: Universidade do Paraná fará um estudo sobre a cannabis no tratamento de Alzheimer
O uso medicinal da cannabis é capaz de tratar diversas condições, o que pode realmente mudar vidas. Caso queira tirar dúvidas sobre esse assunto ou começar um tratamento canábico, clique aqui.
Gustavo Lentini
Jornalista e produtor de conteúdo da Cannalize. Apaixonado por futebol e pela comunicação.
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