As alternativas à carne estão em ascensão globalmente. O cânhamo poderia assumir a liderança à medida em que a reforma da cannabis impulsiona a produção agrícola? Entenda.
O consumo de carne só cresce. O mercado global do setor gira em torno de US $1,5 trilhão por ano.
Infelizmente, essa realidade é cada vez mais insustentável do ponto de vista das mudanças climáticas – sem falar sobre questões nutricionais e morais envolvidas. Para se ter uma ideia, cada vaca emite cerca de 220 quilos de metano anualmente.
Como resultado, a redução das emissões de metano por meio dessa “transição” do planeta para alternativas sem proteína animal também é vista como a maior oportunidade de desacelerar o aquecimento global em um período relativamente curto, de 20 anos.
Na Alemanha, onde a reforma da cannabis para uso adulto está em andamento, o assunto tem recebido muita atenção.
Por exemplo, a Universidade de Hohenheim (em Stuttgart) recebeu a doação de um milhão de euros no ano passado do governo regional para estudar como o cânhamo poderia substituir alimentos ricos em proteínas.
A planta apresenta características extraordinárias. Uma delas é que as sementes de cânhamo são um superalimento, rico em vitaminas e outros nutrientes. Além disso, as sementes podem conter até 25% de proteína – semelhante à das claras de ovos.
As sementes também contêm todos os aminoácidos essenciais e são fáceis de digerir. O resultado final cria uma textura mastigável semelhante à da carne, altamente satisfatória para os consumidores.
Hoje, 40% dos substitutos de carne produzidos globalmente são vendidos na Europa. Esta é uma das razões pelas quais a União Europeia avançou rapidamente neste aspecto da reforma da cannabis.
Esse mercado também deve atingir cerca de US $28 bilhões globalmente até 2025. Essa é uma boa notícia para os que estão migrando para alternativas veganas por razões de saúde e ambientais.
Os esforços empresariais para além do laboratório já estão espalhados por toda a Europa. Na Estônia, uma empresa, a Crump, está projetando um produto para substituir a carne moída.
Fora da Europa também já existem empresas com foco no setor. A Leaft Foods, com sede na Nova Zelândia, recebeu US $15 milhões em financiamento para aumentar sua linha de produtos, que inclui não apenas “carne bovina”, mas também outros substitutos de proteínas de origem animal.
Não existe uma panaceia para o aquecimento global – ou desastres ambientais provocados pelo atual modelo de produção. No entanto, a planta de cannabis — tão difamada — parece conter algumas das respostas.
Desde ajudar a regenerar áreas de terra devastadas pela mineração até reduzir a dependência do mundo pela proteína animal. Além, claro, da inegável eficácia dos medicamentos produzidos a partir de seus princípios ativos.
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Uma coisa é certa. Se há uma planta com o poder, não de curar, mas de melhorar o planeta significativamente, certamente é a nossa boa e velha Cannabis sativa.
Arthur Pomares
Jornalista e produtor de conteúdo da Cannalize. Apaixonado por café, futebol e boa música. Axé.
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