Depois de algumas notícias, a dúvida sobre a letalidade da cannabis surgiu. Mas o que é de fato a “supermaconha”? Qual a diferença para a “maconha sintética”?
Nos últimos dias, passou a circular uma notícia de que um garoto de 12 anos de Diadema, cidade de São Paulo, morreu devido uma parada cardíaca depois de ter usado a “supermaconha”.
Contudo, ela não é de fato a maconha e nem “supermaconha”. Conhecida como k2, k9, Spice, Space, Zen, Crazy Monkey, trata-se de uma “maconha sintética” feita em laboratório muito mais potente que a maconha tradicional.
De acordo com a médica e membro da Associação Brasileira de Psiquiatria Ana Hounie, é preciso destacar que a maconha sintética não é a mesma coisa de supermaconha (também conhecida como “skunk”).
Segundo ela, o termo “supermaconha” tem sido usado de forma equivocada pelos portais de notícias ao se referir aos sintéticos, pois faz parecer que a referência é sobre a maconha natural.
De acordo com a psiquiatra, enquanto a maconha sintética é feita em laboratório, a supermaconha (ou skunk) é um tipo diferente de extração de cannabis, com mais THC (tetrahidrocanabinol). Trata-se do composto que gera o famoso “barato” da maconha.
É importante ressaltar que o termo “maconha sintética”, é um termo genérico usado para algumas substâncias produzidas em laboratório que, muitas vezes, nem possuem cannabis na sua composição.
Segundo a associação DrugWise, maconhas mais comuns têm uma porcentagem do canabinoide entre 2% a 4%. Algumas cepas podem chegar até a 14%. Já as variedades de Skunk tem um pouco mais. Elas variam de 15% e podem beirar até 30% de THC.
Contudo, ainda continua sendo uma opção natural, e não “sintetizada”.
Mesmo sendo uma opção mais natural, é preciso tomar alguns cuidados. Em geral, os efeitos são os mesmos da maconha tradicional. Olhos vermelhos, alterações de memória e coordenação motora.
Outro ponto que é importante ressaltar é que o termo “supermaconha” é usado pelos jornais apenas para se referir a uma maconha com mais efeitos.
Contudo, segundo o professor Francisney Nascimento, que dá aula de Medicina e Ciências na Universidade Federal da Integração Latino-Americana em Foz do Iguaçu (UNILA) e estuda o THC, o risco de indução de psicose e síndrome amotivacional aumenta muito com o aumento dos efeitos.
Ele acrescenta que, se for usada por adolescentes, o déficit cognitivo pode ser induzido com uso frequente. Isso não quer dizer que o Skunk seja um perigo para a população. Mas como tudo na vida, a palavra chave é moderação (e usada na idade correta).
Se você acha o skunk potente, imagine a maconha sintética! Ela chega a ser 30 vezes mais potente que a maconha tradicional.
De acordo com o diretor médico da Cannect, Rafael Pessoa, o problema das substâncias feitas em laboratório está na ação isolada em um ponto único, característica principal dos sintéticos.
Ao contrário do extrato da cannabis, que ativa vários pontos diferentes do Sistema Endocanabinoide, os sintéticos estimulam um ponto específico, o que pode ser um problema.
A maconha extraída da cannabis não vem apenas com o THC, mas também outras substâncias, como o CBD (canabidiol) e outros compostos, como os terpenos e flavonoides.
“Nos sintéticos, não há outros componentes para balancear os efeitos do canabinoide no ponto único”, ressalta Pessoa. “Mas também não há estudos suficientes para comprovar os seus reais efeitos”, complementa.
Em 2016, os canabinoides sintéticos causaram uma overdose coletiva em mais de 70 pessoas em New Haven (EUA).
Algumas análises de maconhas sintéticas apreendidas mostram que as substâncias químicas produzem efeitos tóxicos e perigosos. A composição química da Spice ou K2, por exemplo, ainda é um mistério.
No Brasil, a cannabis é aprovada apenas para fins medicinais e só pode ser comprada com receita médica.
Atualmente, ela pode ser adquirida através de importações, nas farmácias e até por associações de pacientes.
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Tainara Cavalcante
Jornalista pela Fapcom (Faculdade Paulus de Comunicação) e pós graduanda na FAAP (Fundação Armando Alves Penteado) em Jornalismo Digital, atua como produtora de conteúdo no Cannalize, Dr. Cannabis e Cannect. Amante de literatura, fotografia e conteúdo de qualidade.
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