Desde a década de 1970, todos os anos, no dia 22 de abril, o mundo vem falando sobre a importância de cuidar da terra.
Hoje, os jornais destacaram fatores como o aquecimento global, o avanço das cidades e a sustentabilidade. Mas eu quero te fazer refletir sobre outro tema: os remédios que vêm da terra.
Pode parecer conversa de avó, mas os chamados fitofármacos e fitoterápicos, remédios feitos a partir das plantas, são utilizados há milhares de anos para as mais variadas condições.
Embora a ciência tenha evoluído e vários medicamentos tenham nascido nos laboratórios, o uso de plantas medicinais ainda persiste em vários lugares do mundo e em algumas partes, como o único tratamento.
Mas o fato é que todo mundo ainda utiliza a famosa “medicina natural”. Tenho certeza que você ainda toma chá de ervas para dores, xaropes para alguma irritação ou o suco de alguma fruta para mal-estar.
As plantas funcionam em várias partes do corpo, auxiliando em praticamente todos os sistemas do organismo. Hoje a ciência já conseguiu classificar as suas ações. Veja alguns exemplos:
Falar de plantas é um tema complexo. Embora fitofármacos e fitoterápicos pareçam a mesma coisa, eles não são.
Segundo uma resolução de 2014 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), os fitoterápicos são medicamentos obtidos usando apenas matérias-primas ativas vegetais.
Eles devem ser eficazes, seguros, e validados por estudos científicos e ensaios pré-clínicos e clínicos. Além disso, eles precisam reproduzir uma qualidade padrão.
Contudo, os fitoterápicos não podem conter substâncias isoladas e nem podem ser associados com outras plantas, devem ser eficazes por si só.
É nesta categoria que se encaixa os óleos de Cannabis full spectrum, àqueles produzidos com a planta inteira e não com canabidiol (CBD) isolado, por exemplo.
Contudo, por causa de questões burocráticas, a Anvisa resolveu criar uma categoria nova. Por isso, todos os produtos à base da planta são categorizados em “produtos derivados da cannabis”.
Já os fitofármacos possuem uma diferença mínima. Eles também são produtos derivados de vegetais, mas aqui a diferença está na sua formulação.
Ao contrário dos fitoterápicos, as substâncias precisam ser purificadas e isoladas com uma estrutura química esquematizada e atividade farmacêutica.
Contudo é importante ressaltar que quando a estrutura química isolada é modificada, como a aspirina, que vem do salgueiro, mas é sintetizada.
Engana-se aqueles que pensam que as plantas medicinais não são levadas a sério. O Ministério da Saúde, por exemplo, tem um programa chamado Farmácia Viva desde 2010.
De acordo com a Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares, existem 12 fitoterápicos na Relação Nacional de Medicamentos Essenciais (Rename) que podem ser ofertados na rede pública.
O governo até criou uma base de dados com o objetivo de promover a troca de informações e formar parcerias, para otimizar os recursos e ampliar a oferta deste tipo de serviço.
De acordo com dados do Programa de Melhoria do Acesso e da Qualidade na Atenção Básica (Pmaq), desde 2013 já existiam mais de 2.160 Unidades Básicas de Saúde (UBS) no Brasil que disponibilizam plantas medicinais e/ou fitoterápicos na Atenção Básica.
Tainara Cavalcante
Jornalista pela Fapcom (Faculdade Paulus de Comunicação) e pós graduanda na FAAP (Fundação Armando Alves Penteado) em Jornalismo Digital, atua como produtora de conteúdo no Cannalize, Dr. Cannabis e Cannect. Amante de literatura, fotografia e conteúdo de qualidade.
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