Apesar de ser retirado da lista antidoping em 2018, essa é a primeira edição das Olimpíadas que o canabidiol (CBD) não será proibido. Além da edição que já está rolando, as Paralimpíadas também terão a substância liberada.
A autorização virou assunto em vários países, principalmente porque o CBD foi o único dos mais de 400 compostos contidos na cannabis. O tetraidrocanabinol (THC), substância que também é bastante utilizado como terapia, ficou de fora.
Contudo, mesmo antes da decisão, o uso do CBD por atletas tem se espalhado não só no mundo, mas aqui no Brasil também. Eles não utilizam apenas para tratar alguma condição, mas como uma espécie de suplemento.
Para eles, as melhorias indiretas do canabidiol afetam diretamente a sua performance.
Mas será que a cannabis pode ajudar a melhorar o desempenho?
É importante ressaltar que a cannabis atua através do que chamamos de Sistema Endocanabinoide. Ele está presente em todo o corpo humano e funciona como uma espécie de regulador das funções do organismo.
O sistema influencia a maioria do corpo, como humor, fome, sono, sistema imunológico e nervoso.
Através de substâncias chamadas canabinoides ele pode conectar-se com receptores do corpo e estabilizar o que estiver errado. A cannabis também possui canabinoides, como o canabidiol e o THC.
Como dissemos, a cannabis pode agir indiretamente no desenvolvimento dos atletas, pois se o corpo está bem equilibrado, a performance tende a melhorar. Veja quais áreas o CBD pode ajudar:
Já teve por aqueles dias que não conseguia funcionar direito por causa de uma noite mal dormida? Parece besteira, mas um descanso de qualidade é fundamental para o desempenho de alguma atividade, seja ela física ou mental.
É cientificamente comprovado que a cannabis medicinal pode ajudar a dormir. Até hoje, vários estudos clínicos são realizados para testar o tratamento alternativo, e as descobertas são sempre positivas.
Isso porque a cannabis tem propriedades relaxantes e terapêuticas que diminuem o nível de estresse e ansiedade, causas mais frequentes da insônia.
Em abril de 2020, uma pesquisa publicada no periódico Experimental and Clinical Psychopharmacology, mostrou que a cannabis pode ser eficaz no tratamento da insônia crônica.
O estudo observacional foi realizado na Universidade da Austrália Ocidental com 23 voluntários por 14 noites. Metade deles recebeu uma dose da planta e a outra metade recebeu um placebo, porém ninguém sabia qual havia recebido.
O resultado foi uma melhora de 36% em voluntários que receberam a cannabis.
O estudo mediu os efeitos a partir do Índice de Gravidade da Insônia (IGI), que leva em consideração o tempo total de sono, a sua qualidade, a sensação de descanso no dia seguinte e a hora que as pessoas conseguem dormir.
Talvez quando falamos sobre concentração e cannabis, a primeira coisa que vem à cabeça é o famoso “barato” que a maconha proporciona.
E não está errado. No cérebro a maconha afeta também o equilíbrio, a coordenação motora, a postura e a noção do tempo pelo curto período em que o indivíduo está fumando.
Contudo, um dos canabinoides mais explorados pela ciência, o CBD já mostrou que estimula o fluxo de serotonina no cérebro, o que já é de grande ajuda na concentração.
Consequentemente, ele também influencia a energia, as funções sensoriais e motoras, o foco e claro, a concentração.
As inflamações podem acontecer por todo o corpo e por uma série de fatores. Elas são incômodas e podem trazer consequências ainda maiores. No entanto, a inflamação é um processo natural do corpo e cabe ao organismo criar anti-inflamatórios nestes momentos.
Segundo o Ministério da Saúde, ela serve para a defesa e reparação do organismo, e a sua intromissão só pode ser feita quando necessário.
Contudo, para quem pratica algum esporte, enfrentar as inflamações é bem mais complicado. Principalmente porque elas são fruto do seu esforço e também porque atrapalham a performance e consequentemente, deixam o atleta frustrado.
Diversos estudos já mostraram o potencial do seu efeito anti-inflamatório, sobretudo do CBD. A Universidade de São Paulo (USP), por exemplo, já mostrou que o canabidiol tem efeitos anti-inflamatórios para doenças pulmonares e é 100% seguro para humanos.
O seu poder antioxidante e anti-inflamatório também é o que sustenta os cosméticos feitos com o canabinoide cada vez mais comuns pelo mundo.
Em países onde a cannabis é mais acessível, como nos Estados Unidos, atletas já trocaram o Ibuprofeno pelo canabidiol para tratar dores musculares.
O depoimento do ciclista Andrew Talansky sobre o tratamento alternativo, por exemplo, viralizou e virou assunto da imprensa por um tempo.
Logo outros esportes e ligas como UFC e NBA também começaram a falar sobre o uso do composto por seus atletas.
Tainara Cavalcante
Jornalista pela Fapcom (Faculdade Paulus de Comunicação) e pós graduanda na FAAP (Fundação Armando Alves Penteado) em Jornalismo Digital, atua como produtora de conteúdo no Cannalize, Dr. Cannabis e Cannect. Amante de literatura, fotografia e conteúdo de qualidade.
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