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Cannabis medicinal

A cannabis como tratamento para doenças degenerativas



06/01/2023


A planta chamou atenção de pessoas do mundo todo, pois os relatos têm mostrado uma qualidade de vida de vários pacientes com doenças degenerativas. 

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Foto: Freepik

O uso da cannabis tem crescido em vários países, inclusive no Brasil. De acordo com a Kaya Mind, são quase 190 mil pacientes que fazem o uso da planta para uma variedade de condições médicas no país.  

Dentre elas, a maioria das doenças degenerativas, o que têm chamado bastante atenção. Vários relatos de pessoas com Doença de Parkinson e Alzheimer, por exemplo, têm mostrado resultados promissores.  

Mas afinal, a cannabis pode mesmo ser útil para condições como estas? 

O que é doença degenerativa mesmo? 

Antes de entender se a cannabis pode ser ou não uma solução, você sabe quais as condições que realmente entram na lista de doenças degenerativas? Ou o que define se uma doença pode se encaixar nessa classificação?  

Não? Então continue lendo! 

Trata-se de lesões nas células que podem afetar várias partes do corpo, como a visão, os músculos, os vasos sanguíneos, os ossos, os tecidos e muito mais.  

De acordo com o neurologista André Millet, são doenças que fazem com que as células do cérebro funcionem incorretamente, o que leva a problemas de movimento, memória e outras funções cerebrais. 

Outro problema é que estas doenças são crônicas e contínuas, ou seja, afetam o corpo continuamente e de forma irreversível.  

E consequentemente há uma piora progressiva dos sintomas, limitando aos poucos as funções básicas do organismo.  

“Não se sabe exatamente o que causa essas doenças, mas acreditamos que elas podem ser o resultado de uma combinação de fatores, como genes, coisas ao nosso redor, o ar que respiramos e os alimentos que comemos. “acrescenta o neurologista. 

Principais doenças degenerativas 

Antes, é importante ressaltar que há duas classes de doenças degenerativas:  

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Arte: Cannalize

De acordo com o neurologista, ainda não se sabe ao certo se há alguma forma de prevenção.  

Acredita-se que alguns sinais podem ser observados anos antes da manifestação clássica dessas doenças do jeito que as conhecemos, como transtornos de olfato e sono, o que leva a crer que hábitos de vida estejam relacionados com seus desenvolvimentos 

Tratamentos e o uso da cannabis para doenças degenerativas 

Infelizmente ainda não há cura ou tratamentos específicos para as doenças degenerativas. 

O uso de medicamentos ou mudança do estilo de vida, ajudam a aliviar os sintomas e proporcionar uma qualidade de vida melhor.  

A cannabis medicinal tem crescido como uma opção para condições degenerativas. Principalmente por melhorar a qualidade de vida.  

Ela funciona através do Sistema Endocanabinoide, um sistema que trabalha à nível molecular ajudando a restaurar a homeostase, ou seja, o equilíbrio de várias funções do organismo. 

Se uma pessoa está com dor, por exemplo, este sistema envia os chamados canabinoides (produzidos pelo corpo) que sinalizam que algo está errado e precisa ser corrigido.  

A cannabis também possui canabinoides, que funciona de forma parecida com os nossos. Os mais conhecidos são o CBD (canabidiol) e o THC (tetrahidrocanabinol). 

Mais qualidade de vida 

Até hoje, não há nenhuma evidência de que a cannabis trata doenças degenerativas, e muito menos que leve à cura. O seu papel é amenizar os sintomas, como dores, insônia, rigidez muscular e memória. 

Em 2017 um estudo publicado no Journal of Alzheimer’s Disease sugeriu que o THC pode ajudar a reduzir os sintomas de alucinações e agitação em pessoas com demência, incluindo Alzheimer. Alguns outros estudos também sugerem que o canabidiol pode ajudar a diminuir a dor associada à rigidez muscular e os tremores associados à doença de Parkinson. 

Isso porque ela possui poucos efeitos colaterais e ajuda o corpo como um todo, ou seja, ele pode influenciar todo o sistema endocanabinoide, o que envolve sono, fome, foco, humor, funcionamento do intestino, sistema nervoso e sistema imunológico.  

“Os efeitos falados já são observados hoje por alguns pacientes. Alguns desses efeitos são mais comuns que outros.”, acrescenta o neurologista.  

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Arte: Cannalize

Leia também: “A sobrevivência é algo muito difícil. Se eu parar de lutar por um minuto, eu perco ” 

Contudo, o médico lembra que as doenças neurodegenerativas progridem em intensidade, piorando com o tempo, com, sem ou apesar do tratamento. Logo, não existe uma data certa para terminar o tratamento. 

Faltam mais estudos 

Por outro lado, de acordo com o neurologista, o uso de cannabis para tratar doenças neurodegenerativas ainda é um assunto controverso e os estudos sobre o tema ainda são limitados. 

“Não é sensato recomendar um tratamento exclusivo com os compostos, porém, temos estudos animadores sobre o futuro. 

Imagine a possibilidade de ter como alvo diversos sintomas com uma medicação apenas? Controlar o sono, ansiedade e dor com perfil de efeitos colaterais bem mais tolerável a longo prazo. Seria incrível, não seria?”, complementa. 

Contraindicações 

Por mais que a cannabis seja um tratamento mais natural e com pouquíssimos efeitos colaterais, a cannabis também tem as suas contraindicações. 

Os canabinoides pode ser prejudicial para algumas pessoas, portanto é importante falar com seu médico antes de iniciar um tratamento. 

Segundo o neurologista, a cannabis não pode ser administrada por gestantes ou quem amamenta, pacientes com transtornos psiquiátricos psicóticos, fibrilação atrial. Quase todos mais relacionados ao THC. 

“E, claro, alguma intolerância especifica a algum componente.”, completa. 

Consulte um médico  

É importante ressaltar que qualquer produto feito com a cannabis precisa ser prescrito por um médico, que poderá te orientar de forma específica e indicar qual o melhor tratamento para a sua condição. 

Caso precise de ajuda, disponibilizamos um atendimento especializado que poderá esclarecer todas as suas dúvidas, além de auxiliar na marcação de uma consulta com um médico prescritor, passando pelo processo de importação do produto até o acompanhamento do tratamento. Clique aqui. 

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Tainara Cavalcante

Jornalista pela Fapcom (Faculdade Paulus de Comunicação) e pós graduanda na FAAP (Fundação Armando Alves Penteado) em Jornalismo Digital, atua como produtora de conteúdo no Cannalize, Dr. Cannabis e Cannect. Amante de literatura, fotografia e conteúdo de qualidade.