O consumo em excesso envolve melhorar a socialização, o desempenho atlético e aliviar a tensão, especialmente depois de competições.
A rotina de um universitário não é fácil. Provas, trabalhos, estágio. Mas, se somado a tudo isso, o estudante fizer parte do corpo atlético da faculdade, a exaustão pode ser ainda maior.
Além do cansaço natural do dia a dia de estudos, treinos e preparação para competições, o “estudante atleta” vive também com a pressão de representar toda a instituição em campeonatos.
É aí que entra o problema. Circunstâncias sociais como comemorações pós-jogos e festas podem influenciar no uso de álcool e de outras substâncias, como a maconha. O consumo estaria ligado à socialização, desempenho e alívio da tensão.
A pesquisa coletou dados de 100 universidades em 27 capitais brasileiras, contando com 12.700 estudantes.
Dos que responderam que eram atletas universitários, 67,6% afirmaram fazer uso excessivo de álcool e 10,7%, de maconha. Estudantes que jogavam, mas não em nível competitivo, apresentaram, respectivamente, 52,1% e 8,4%.
Dos 12.700 entrevistados, cerca de 8.000 não praticavam nenhum esporte; 4.300 faziam atividades físicas, mas sem competir; e 415 eram de fato atletas universitários que competiam nos jogos entre faculdades.
Perguntados sobre o uso, tanto de drogas lícitas quanto ilícitas, os estudantes responderam:
Atletas que competem:
67,6% para consumo de álcool;
14% para consumo de tabaco;
10,7% para consumo de cannabis;
4,3% para o consumo de outras drogas;
Praticam esportes mas não competem:
52,1% para consumo de álcool;
18,4% para consumo de tabaco;
8,4% para consumo de cannabis;
7,4% para o consumo de outras drogas;
“A situação chega a ser paradoxal, porque sempre se supôs que para praticar esporte, a pessoa teria que estar bem fisicamente e ser saudável, não havendo espaço para o uso de álcool e outras drogas”, diz Arthur Guerra, médico psiquiatra e um dos autores do artigo.
Em sua opinião, isso ocorre por diversos fatores, como a tensão gerada pelas próprias competições, cumprimento de metas e diminuição de tempo em provas, dentre outros. E ao fim das competições, a necessidade de relaxar.
“No geral, o consumo de álcool entre os universitários acontece de forma social, mas, para aqueles que levam a frustração de não ter conseguido o pódio, o consumo acaba sendo maior”, reitera o psiquiatra.
A idade média dos estudantes que responderam a pesquisa era de 21,7 anos.
Maioria do sexo masculino (79,6%);
Declarados brancos (51,3%);
Religião católica (22,6%);
Solteiros (94,4%);
Se estava empregado (40,7%);
A grande maioria tinha um bom desempenho acadêmico (79,4%), e quase metade (47,8%) frequentava cursos na área de saúde/biológicos.
Quando perguntados como lidavam com questões relacionadas à qualidade de vida e saúde mental, apresentam menos estresse e sintomas depressivos que atletas que não competem ou pessoas que não praticam esportes.
“O que sugere que o maior uso problemático de álcool e maconha entre os atletas universitários não esteja relacionado a problemas de saúde mental, mas às circunstâncias sociais vivenciadas por eles”, diz João Maurício Castaldelli-Maia, médico psiquiátrico e um dos autores do artigo.
Arthur Pomares
Jornalista e produtor de conteúdo da Cannalize. Apaixonado por café, futebol e boa música. Axé.
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