Caso o tipo de cannabis for legalizado, também renderia mais de R$330 milhões em impostos estaduais.
Mesmo com uma legislação bastante restrita, o Brasil possui 222 empresas que atuam no mercado canábico, segundo uma pesquisa da empresa de inteligência Kaya Mind. 44,8% delas investem no cânhamo.
Trata-se de uma derivação da cannabis com menos de 1% de Tetrahidrocanabinol (THC), principal substância que gera os efeitos alucinógenos da maconha.
A maioria das empresas, (ilegal ou não), trabalha na elaboração ou venda do produto final.
Mercado com potencial
A categoria do cânhamo é a principal linha de atuação de brasileiros, seguido por itens para o fumo (16,2%), uso adulto e nutricional (10,8%), medicinal artesanal (8,1%), flores de cânhamo (5,4%) sementes de cânhamo (4%) fibras de cânhamo (4%), terpenos (1,3%), fitocanabinoides (1%) e sementes de cannabis (0,3%).
Embora o foco esteja em óleos medicinais, o universo das fibras da planta é bem maior, pois o cânhamo também pode ser utilizado para uma série de produtos, como cordas, tecidos e até plástico.
Mais de R$300 milhões em impostos
Por isso, o mercado poderia ganhar mais. De acordo com as projeções da Kaya Mind, se a produção do cânhamo fosse legalizada no Brasil, a indústria poderia movimentar R$4,9 bilhões no país.
Para se ter uma ideia, a produção de sementes renderia R$6,82 mil por hectare. O valor ainda resultaria em R$330,1 milhões em impostos estaduais.
Outros estudos
Outras pesquisas ainda reforçam a vantagem de um cultivo nacional.
Segundo dados da Associação Brasileira das Indústrias de Cannabis (Abicann), estima-se que o mercado da planta no país possa atrair US$30 bilhões em 10 anos, além de gerar até 300 mil empregos.
A análise conjectura um rendimento de até metade deste valor na área farmacêutica. Isso porque a associação prevê que 18 milhões de pacientes possam se beneficiar da terapia alternativa.
Projeto de lei
Atualmente há um projeto de lei que busca regularizar tanto o cultivo quanto o mercado nacional da cannabis.
A proposta 399/15 foi aprovada na Comissão Especial da Cannabis e já poderia seguir para o Senado, mas depois de um abaixo-assinado, voltou para a Câmara e será votada por todos os deputados.
Ela prevê o cultivo e a comercialização de produtos à base de cannabis tanto para uso medicinal quanto industrial.