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Estudos comprovam que o CBD (canabidiol), substância presente na cannabis, ajuda na recuperação muscular e na diminuição de dores pós atividade física. Além disso, ele agiliza a recuperação muscular e óssea após desgastes e aumenta a resistência do corpo para futuras distensões ou entorses.
Na década de 1990, o cientista israelense Raphael Mechoulam descobriu o Sistema Endocanabinoide, presente em todos os humanos. Sua função é interligar o Sistema Nervoso Central com o restante do organismo, permitindo o equilíbrio dos comportamentos cognitivos.
Assim, é possível dizer que os canabinoides presentes na planta, como o CBD, podem funcionar como os nossos endocanabinoides e produzir estímulos que ajudam a restaurar a homeostase, ou seja, o equilíbrio do corpo.
Portanto, essa medicina ajuda a regular as respostas fisiológicas, oferecendo maior desempenho ao praticar um esporte. O canabidiol também relaxa os músculos e melhora a qualidade do sono.
Para atletas profissionais, o consumo do CBD foi liberado pela WADA (Agência Mundial Antidoping) em 2017. Em decorrência disso, para muitos deles, a suplementação com a substância virou aliada dos treinos e competições.
Até o momento, esse é o único fitocanabinoide regularizado para a prática esportiva profissional. Porém, não deixa de ser uma conquista da ciência em prol da saúde e do bem-estar, afinal, a regulação ainda está se modernizando.
O Comitê Olímpico Internacional (COI) criou a WADA em 1999 visando estabelecer regras para uso de substâncias e para a saúde dos próprios esportistas. Entre as proibições estão anabolizantes, diuréticos e corticosteroóides, usados para aumentar o desempenho ou acelerar cicatrizações. Nessa lista, foram incluídos os fitocanabinoides.
Contudo, a especialista em cannabis e medicina esportiva, Jessica Durand, afirma que até o momento nenhum estudo conseguiu provar que o CBD e o THC (tetrahidrocanabinol), principais componentes da planta, são capazes de aumentar a performance esportiva de um atleta sobre outro.
Em decorrência da liberação do canabidiol, a Olimpíada de Tóquio (disputada em 2021) foi a primeira competição oficial do COI a permitir seu uso. A tendência é que o consumo se torne mais popular entre os atletas e gere resultados positivos em vários setores.
A procura pela cannabis medicinal está crescendo no Brasil e no mundo, e com o avanço das pesquisas os produtos vêm se mostrando efetivos para diversos objetivos e patologias. Nos últimos quatro anos, o uso da terapia canabinoide na prática esportiva também aumentou.
Atividades físicas podem ser realizadas por pessoas de todas as idades, porém, costuma-se separar atletas por profissionais, amadores e eventuais.
Dependendo do objetivo de cada indivíduo ao procurar um esporte, diferente poderá ser seu desempenho e intensidade. Isso pode impactar no desgaste físico, no crescimento da massa muscular e até mesmo em lesões.
Sendo assim, os produtos à base da planta estão sendo desenvolvidos para diferentes fins e para todos os tipos de atletas.
O relatório “Cannabis e Esportes” desenvolvido pela consultoria cannábica Kaya Mind mostrou que cerca de 827 mil atletas brasileiros estariam aptos a iniciar um tratamento com a planta. Entre eles, 61 mil são profissionais, 427 mil amadores e 339 mil eventuais.
Para chegar nessa perspectiva, especialistas da empresa mapearam os praticantes de atividades físicas (por modalidade), assim como as possíveis lesões por faixa etária ou intensidade do treino. Assim, chegou à quantidade aproximada de dores crônicas e desconfortos que podem ser tratados com canabinoides.
Os especialistas também afirmaram que este mercado pode movimentar mais de R$901 milhões por ano, o equivalente a 1,7 milhões de produtos desenvolvidos para a medicina esportiva.
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