Autismo: como a cannabis medicinal pode ajudar?
Foto: Envato
O Transtorno do Espectro Autista (TEA) ou simplesmente autismo é uma neurodivergência caracterizada pela dificuldade de interação social e comunicação por parte dos pacientes. O Brasil carece de informações sobre a quantidade de pessoas com a condição de saúde.
Por outro lado, a descoberta dessa população avança ao passo que mais profissionais de saúde estão reconhecendo o diagnóstico no mundo. Para se ter uma ideia, um levantamento de 2020 do Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos indicou que 1 a cada 36 crianças tem autismo. Em 2000, esse total era 1 a cada 150 crianças, indicando possíveis diagnósticos equivocados ou desconhecimento do transtorno.
Para conscientizar sobre a existência dessa população, a ONU criou o “Dia Mundial de Conscientização sobre o Autismo” (2 de abril). O objetivo é levar informações à sociedade e discutir políticas de inclusão.
Seguindo esse raciocínio, é possível debater o uso da cannabis medicinal no tratamento, assunto que está sendo levantado em audiências políticas e já conta com evidências científicas.
Em geral, pessoas com TEA possuem perfis próximos. Dificuldade de comunicação, problemas de socialização e movimentos repetitivos ou impulsivos (algumas vezes agressivos) são exemplos de sinais que devem ser notados pelos pais durante a formação dos filhos.
Os sinais do autismo costumam surgir nos primeiros meses de vida. No entanto, a confirmação normalmente ocorre aos dois ou três anos de idade.
O autismo costuma ser categorizado em três níveis diferentes, portanto, os “sinais” acabam variando de paciente para paciente.
No nível 1, as pessoas podem apresentar dificuldades na interação social, mas nada que comprometa as relações interpessoais ou exija suporte de outras pessoas.
Já no nível 2, a independência acaba ficando um pouco mais limitada. É preciso apoio moderado de profissionais ou pessoas próximas para desempenhar algumas atividades cotidianas. E no terceiro nível, é preciso envolver profissionais para apoiar os comportamentos que interferem na qualidade de vida.
O autismo é um transtorno crônico, ou seja, estará presente em todas as fases da vida.
Contudo, existem tratamentos que podem envolver uma equipe multidisciplinar de diferentes áreas da saúde. Terapia cognitiva, fonoaudiologia e neurologia são exemplos de áreas da saúde que podem auxiliar na melhora dos comportamentos e inserção dos pacientes na sociedade.
Contudo, esses tratamentos irão variar a depender do grau de TEA de cada pessoa e como cada uma reage às situações cotidianas ao longo do amadurecimento.
Produtos à base de cannabis desempenham função direta no sistema endocanabinoide, presente em todos os mamíferos. Essa função é responsável por modular a homeostase, que equilibra os sistemas nervoso e imunológico, promovendo a neuroproteção e o autocuidado.
O CBD (canabidiol) é uma das substâncias mais importantes da cannabis, pois tem propriedades neuromoduladoras e ansiolíticas. Além disso, o THC (tetrahidrocanabinol) consegue diminuir a agitação e liberar estímulos que dão energia para o cérebro. De acordo com um
Já dados publicados pela revista Nature sugerem que esses componentes podem reduzir a ansiedade, a inquietação e problemas digestivos em autistas. Na pesquisa participaram 188 pacientes, e a maioria deles recebeu um extrato contendo 30% de CBD e 1,5% de THC.
Após seis meses de tratamento, 90,2% relataram alguma melhora e outros 8,6% não tiveram alteração do quadro inicial. Por outro lado, 25,2% apresentaram pelo menos um efeito colateral: o mais comum foi o aumento da inquietação.
Por fim, uma pesquisa realizada pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto também demonstrou que o canabidiol auxilia nos níveis de ansiedade de pessoas com autismo. De 24 voluntários, 12 receberam dosagens da substância e o restante um placebo.
Os que não usaram produtos com cababinoides apresentaram níveis menores de ansiedade e melhora nas condições cognitivas.
Em comemoração ao mês da cannabis e do autismo, o portal de notícias Cannalize anunciou o podcast “Histórias Reais”, que pretende demonstrar a relação entre os dois assuntos.
O podcast vai abordar vários tabus relacionados ao TEA, como o diagnóstico (tanto em crianças como em adultos) e a discussão sobre o uso de remédios e terapias multidisciplinares.
Leia mais: Podcast original vai abordar o uso da cannabis para autismo
Na Cannect, promovemos o acesso à terapia canabinoide com base em evidências científicas, garantindo a segurança dos pacientes. Nossa missão é tornar a cannabis medicinal acessível para cada vez mais pessoas.
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Andrei Semensato
Jornalista pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Produz conteúdos sobre Política, Saúde e Ciência. Também possui textos publicados nos blogs da Cannect e Dr. Cannabis.
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