Três em cada quatro brasileiros aprovam o uso medicinal da cannabis

Três em cada quatro brasileiros aprovam o uso medicinal da cannabis

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As colunas publicadas na Cannalize não traduzem necessariamente a opinião do portal. A publicação tem o propósito de estimular o debate sobre cannabis no Brasil e no mundo e de refletir sobre diversos pontos de vista sobre o tema.​

A pesquisa mostrou que as pessoas estão cada vez mais conscientes das propriedades medicinais da planta, visto que a porcentagem da aprovação em 2016 era 60%.

 

A iniciativa foi da senadora Mara Gabrilli (PSDB-SP) que também utiliza a cannabis para amenizar dores e espasmos musculares. A pesquisa foi realizada pelo Instituto de Pesquisa DataSenado e mostrou que 75% das pessoas têm uma visão positiva sobre a industrialização de medicamentos à base de cannabis.

A pesquisa de opinião foi realizada em junho de 2019 com 2.400 cidadãos e mostrou que quase 90% dos brasileiros reconhecem a cannabis como remédio, principalmente para câncer e epilepsia. 

No entanto, as pessoas que aprovaram o cultivo por pacientes, foram pouco mais que um terço.Parece que as pessoas  ainda tem uma certa resistência quanto a plantar cannabis. O que pode ter influenciado na decisão da câmara, que aprovou a venda em farmácias, mas não o plantio. A matéria prima deve vir já processada de outros países e seguir uma série de restrições da ANVISA.

Distribuição gratuita

Outro dado interessante da pesquisa é a aprovação de 79% do público sobre fornecimento do medicamento no Sistema Único de Saúde (SUS), contra 16% que discordam e 5% que não souberam responder.

A discussão sobre a distribuição no SUS é um tema que vem gerando debates, e foi abordado até pelo ex-ministro de saúde, Henrique Mandetta, que mesmo tendo uma visão mais conservadora, ressaltou: “Temos usuários que precisam do canabidiol, e temos feito há muito tempo essa discussão, porque temos crianças com crise convulsiva”, declarou em entrevista à Folha de S. Paulo.

Porém há um público bem mais conservador que o ex-ministro. A pesquisa mostrou que 20% da população não aprova a cannabis para remédio. O governo Bolsonaro entra neste grupo, que é contra a manipulação da erva até mesmo para fins de pesquisas ou produção farmacêutica.

Discussões

Desde que o tema foi levantado na câmara e posteriormente com a autorização da ANVISA no ano passado, as discussões não cessaram. Os críticos dizem que não há estudos suficientes para a aprovação de medicamentos à base da planta, enquanto apoiadores destacam vários estudos científicos.

Há controvérsias até sobre como os produtos de cannabis devem ser regulados. Alguns, como o senador Alessandro Vieira(Cidadania- SE),  ressaltam que somente o canabidiol, produto com CBD e sem THC deve ser autorizado, pois não contém efeitos psicoativos.

Por outro lado, o THC também foi útil na vida de muita gente, como a própria Senadora Mara Gabrilli por 25 anos, como ela mesma já destacou. O famoso Mevatyl é importado da Inglaterra e serve para tratar esclerose múltipla e espasmos. Este foi o primeiro medicamento à base de cannabis registrado pela ANVISA em 2017.

Enquanto o assunto continua a agência de vigilância sanitária  já autorizou mais um produto, desta vez um fitofármaco que te apenas 0,2% de THC. A autorização só foi possível depois da medida da ANVISA ter liberado a comercialização no Brasil.

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