A iniciativa foi da senadora Mara Gabrilli (PSDB-SP) que também utiliza a cannabis para amenizar dores e espasmos musculares. A pesquisa foi realizada pelo Instituto de Pesquisa DataSenado e mostrou que 75% das pessoas têm uma visão positiva sobre a industrialização de medicamentos à base de cannabis.
A pesquisa de opinião foi realizada em junho de 2019 com 2.400 cidadãos e mostrou que quase 90% dos brasileiros reconhecem a cannabis como remédio, principalmente para câncer e epilepsia.
No entanto, as pessoas que aprovaram o cultivo por pacientes, foram pouco mais que um terço.Parece que as pessoas ainda tem uma certa resistência quanto a plantar cannabis. O que pode ter influenciado na decisão da câmara, que aprovou a venda em farmácias, mas não o plantio. A matéria prima deve vir já processada de outros países e seguir uma série de restrições da ANVISA.
Outro dado interessante da pesquisa é a aprovação de 79% do público sobre fornecimento do medicamento no Sistema Único de Saúde (SUS), contra 16% que discordam e 5% que não souberam responder.
A discussão sobre a distribuição no SUS é um tema que vem gerando debates, e foi abordado até pelo ex-ministro de saúde, Henrique Mandetta, que mesmo tendo uma visão mais conservadora, ressaltou: “Temos usuários que precisam do canabidiol, e temos feito há muito tempo essa discussão, porque temos crianças com crise convulsiva”, declarou em entrevista à Folha de S. Paulo.
Porém há um público bem mais conservador que o ex-ministro. A pesquisa mostrou que 20% da população não aprova a cannabis para remédio. O governo Bolsonaro entra neste grupo, que é contra a manipulação da erva até mesmo para fins de pesquisas ou produção farmacêutica.
Desde que o tema foi levantado na câmara e posteriormente com a autorização da ANVISA no ano passado, as discussões não cessaram. Os críticos dizem que não há estudos suficientes para a aprovação de medicamentos à base da planta, enquanto apoiadores destacam vários estudos científicos.
Há controvérsias até sobre como os produtos de cannabis devem ser regulados. Alguns, como o senador Alessandro Vieira(Cidadania- SE), ressaltam que somente o canabidiol, produto com CBD e sem THC deve ser autorizado, pois não contém efeitos psicoativos.
Por outro lado, o THC também foi útil na vida de muita gente, como a própria Senadora Mara Gabrilli por 25 anos, como ela mesma já destacou. O famoso Mevatyl é importado da Inglaterra e serve para tratar esclerose múltipla e espasmos. Este foi o primeiro medicamento à base de cannabis registrado pela ANVISA em 2017.
Enquanto o assunto continua a agência de vigilância sanitária já autorizou mais um produto, desta vez um fitofármaco que te apenas 0,2% de THC. A autorização só foi possível depois da medida da ANVISA ter liberado a comercialização no Brasil.
Tainara Cavalcante
Jornalista pela Facom (Faculdade Paulus de Comunicação) e pós doutoranda na FAAP (Fundação Armando Alves Penteado) em Jornalismo Digital, atua como produtora de conteúdo no Cannalize, Dr. Cannabis e Cannect. Amante de literatura, fotografia e conteúdo de qualidade.
Inscreva-se grátis na nossa Newsletter!
Em áudios, Nixon diz que a maconha não era perigosa
Mais dinheiro vendendo cerveja do que cannabis
STJ deve julgar o cultivo de cannabis em breve
Caso Isabel Veloso: Não pode usar CBD na gravidez?
PL em Goiás quer proibir o uso de cannabis em lugares públicos
Avanço do mercado canábico brasileiro alcança a MJBizCon
Copyright 2019/2023 Cannalize – Todos os direitos reservados
Solicitação de remoção de imagem
Termos e Condições de Uso