Nesta segunda-feira (5), a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) aprovou mais dois óleos extraídos da cannabis nas drogarias, chegando a um total de 25 produtos já autorizados para a venda no país. Contudo, parece que as pessoas ainda preferem importar.
Desde que a importação de produtos derivados da cannabis foi aprovado em 2015, o número de novos adeptos aumentou consideravelmente.
De acordo com os dados mais recentes da Kaya Mind, a estimativa é que o Brasil tenha quase 190 mil pacientes com algum tipo de tratamento envolvendo a cannabis.
Número que pode ter crescido com a autorização para a venda nas farmácias, aprovada no finalzinho de 2019 pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).
Mas as importações ainda são maioria. Segundo a Kaya Mind, o número de importações (91 mil) ainda é maior que os pacientes que compram nas farmácias (26 mil) e até daqueles que recorrem as associações (70 mil).
A importação de cannabis é um tanto quanto burocrática. De acordo com a Resolução 660, além da receita médica, é necessário ter uma autorização da Anvisa (que precisa ser renovada a cada dois anos) e um longo perído de espera, que pode durar até três meses para receber o produto.
Sem contar no valor do frete, que não sai por menos de R$100,00.
Enquanto isso, a compra do óleo disponível nas farmácias é bem mais simples. Basta ter receita de controle especial e se dirigir para uma drogaria.
Mas por que a importação ainda é a opção favorita?
A primeira coisa a se considerar é que não é o paciente quem escolhe o produto, mas sim o médico prescritor. Ele é a pessoa ideal que vai saber qual a melhor concentração, dose e forma de uso.
E, de acordo com o diretor médico da Cannect, Rafael Pessoa, há dois fatores decisivos para a preferência dos produtos que vem de fora.
Pessoa se relaciona com cerca de 650 médicos prescritores, e o que ele percebe é que o preço do produto pesa muito na hora da decisão.
Apesar dos produtos disponíveis nas drogarias hoje não contarem com o valor do frete, o preço não sai baixo. O primeiro óleo aprovado pela Anvisa, por exemplo, custa mais de dois salários mínimos.
Enquanto isso, é possível encontrar outro produto com a mesma concentração por ml e a mesma qualidade lá fora por menos da metade do valor.
“Os médicos sabem que os produtos importados são isentos de impostos por causa do uso compassivo, então o paciente consegue pagar valores mais acessíveis”, acrescenta.
O diretor médico também explica que o outro fator para a preferência dos importados, é a variedade maior em produtos.
“Tanto no quesito formulação, concentração e forma de apresentação. Alguns com tecnologias diferentes na hora da apresentação”, diz.
Hoje em dia, os pacientes não importam apenas o óleo de cannabis, mas também tópicos, sprays, gummies e até flores para vaporizar. O marketplace da Cannect, por exemplo, possui mais de 600 produtos no catálogo.
Enquanto isso, a Anvisa, aprovou a venda de 25 produtos aqui, mas apenas oito estão efetivamente disponíveis nas drogarias.
É importante ressaltar que qualquer produto feito com a cannabis precisa ser prescrito por um médico, que poderá te orientar de forma específica e indicar qual o melhor tratamento para a sua condição.
Caso precise de ajuda, disponibilizamos um atendimento especializado que poderá esclarecer todas as suas dúvidas, além de auxiliar na marcação de uma consulta com um médico prescritor, passando pelo processo de importação do produto até o acompanhamento do tratamento. Clique aqui.
Tainara Cavalcante
Jornalista pela Facom (Faculdade Paulus de Comunicação) e pós doutoranda na FAAP (Fundação Armando Alves Penteado) em Jornalismo Digital, atua como produtora de conteúdo no Cannalize, Dr. Cannabis e Cannect. Amante de literatura, fotografia e conteúdo de qualidade.
Inscreva-se grátis na nossa Newsletter!
Dronabinol pode ajudar a tratar Alzheimer, segundo estudo
Cannabis no tratamento de câncer? O que a ciência diz
Estadunidenses raramente recorrem ao médico para saber sobre cannabis
Cannabis não altera processos cognitivos, segundo estudo
CBD pode tratar tremor essencial?
Estudo investiga se a maconha interfere na percepção musical
Copyright 2019/2023 Cannalize – Todos os direitos reservados
Solicitação de remoção de imagem
Termos e Condições de Uso